minha pequena roça

Todo ano, mais ou menos nessa época, eu pego na enxada. Neste ano um pouco mais tarde, por causa da chuvarada incessante. Mas tenho feito minha horta anualmente, embora perdendo um pouco do entusiasmo a cada ano que passa, mas faço assim mesmo. Todo ano eu também digo que vou fazer a horta no inverno e falho miseravelmente. Com chuva e frio não dá. Eu fico meses sem por as caras no quintal, e quando ponho está aquele matagal, que eu que tenho que lidar.

Luvas, instrumentos, um pouco de disposição, e coloco tudo nos eixos – bem, mais ou menos nos eixos, em alguns dias. Já fiz avaliação do que sobrou do outro ano, ou melhor, do que sobreviveu. Ainda tenho garlic chives [cebolinha fina], muito tomilho, muito orégano e um mundaréu de hortelã chocolate. A terra das caixas está bem compactada e tem um pouco de mato, que tem que ser retirado manualmente – afê. Tenho que revirar a terra, pra arejar e só depois posso plantar. Essa terra da minha horta é muito boa, cheia de minhocas, não ponho nem um pingo de fertilizante, nada. Tudo que cresce ali é cem por cento orgânico. Eu plantava muita coisa, acompanhando os inevitáveis tomates – vários tipos de pimentão, variedades de berinjela japonesa e branca, pepino-limão, melão, ervilhas. Já plantei até batatas – no pun intended. Mas neste ano estou decidida a plantar apenas tomates.

Tomates crescem e frutificam como praga aqui nesta região onde u vivo, por causa dos verões extremamente quentes e secos. Os tomates adoram. Não é a toa que essa área é a maior produtora de tomates do país. Eu planto os pézinhos, de vários típos – heirlooms, orgânicos, verdes, amarelos, vermelhos, bicolores, minúsculos, médios, gigantes. Todos eles vingam e todos os pés se alastram e produzem muitas frutas. Eu gosto porque não preciso fazer NADA! Tirar um pouco de mato de vez em quando, irrigar [temos um sistema de sprinklers], vigiar as pragas, colher e comer!

O que me anima a pegar na enxada todo ano é a visão dos tomates na minha cozinha. Por eles, eu viro até jardineira!

quanta comida boa neste mundão de meudeus!

Eu adoro os blogs portugueses. Descobri hoje esse maravilhoso Fogão do Kuka.

“São nostálgicas memórias de infância,minha avó peneirando a farinha de trigo,saída de um dos dois moinhos da aldeia,separava assim,a alva e pura farinha,(com a qual confeccionava em forno de lenha,o delicioso e precioso pão semanal)do farelo,que amassado com figos e água,complementava a alimentação do bácoro que engordava num pequeno pocilgo,ao fundo do quintal.Por alturas do mês da “Festa”(assim se chama ao Natal,por estas bandas)era o porquito,protagonista de um acontecimento para ele irrepetivel,que era,o”espectáculo”da sua própria morte.Depois de esquartejado e feito em pedaços,eram os nacos de carne com osso,e as morcelas grossas,salgados em grandes e vermelhuscos potes de barro,onde permaneciam durante largos meses.Chouriços e morcelas depois de enfiados em canas da ribeira,encimavam o lar onde crepitavam os retorcidos troncos de enegrecidas estevas,sob tisnadas panelas de ferro.Assim,os enchidos recebiam o fumo que as conservava durante muito tempo,por vezes até à próxima matança.Mas havia aquilo que fazia as minhas delicias gastronómicas.Os “piques”que noutras paragens,chamar-se-ão:”rojões”.Permaneciam escondidos na banha,feita das gorduras derretidas do “pórque”(é assim que se pronuncia no Algarve,exactamente como em inglês),que os conservava durante largos meses.Hoje não se conserva durante tanto tempo,penso que devido á alimentação dos animais.”

salada de beterraba com rúcula

Fomos ao restaurante Il Fornaio em Sacramento, para comemorar o aniversário do Gabriel. Éramos uma party of six! Eu adoro a atmosfera desse lugar, sem falar no rango italiano, que é realmente excelente. Pedi um ravioli e dividi com o Gabriel uma salada de entrada que realmente me surpreendeu. Como ainda estou um pouco cheia da inundação de beterrabas desse inverno passado – ainda tenho algumas na geladeira, pensei que uma salada com as vermelhocas não seria a melhor pedida. Mas como tinha rúcula, minha verdura favorita, fui em frente. E não me arrependi.

Insalata di Bietole
* Red and gold beets, arugula, toasted walnuts and Asiago cheese; lemon-olive oil dressing.
Beterraba vermelha e branca cozida e cortada em fatias
Rúcula [nessa salada eles usaram mini-rúcula – baby arrugula]
Nozes levemente tostadas
Fatias finíssimas de queijo asiago

O tempero era bem ácido, pra contrastar com o doce das beterrabas. Com certeza um vinagrete com o azeite perfumado de limão, sal, e gotas de suco de limão. A pimenta do reino moída na hora era opção do freguês. Uma salada bem simples, mas muito boa!

Alô Terezinha!

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O timing está errado, claro. Mais de uma semana depois do dia oficial de comer bacalhau, não resisti e comprei uma caixinha do peixe salgado lá no Nugget. A caixinha de meio quilo me chamou – olá, que tal?

Estou fazendo uma receita simples. Dei uma pesquisada pra ver o procedimento básico e mandei bala. Lavei o peixe umas três vezes em água fria, depois cozinhei cinco minutos com água e leite. Escorri e montei na forma:

Uma camada de cebola em rodela
Uma camada do bacalhau desfiado
Uma camada de batatinhas cozidas
Bastante azeitona preta, das gregas, salpicadas
Reguei com muito azeite extra virgem orgânico [ai essa mania!], cobri com papel alumínio e estou assando. Como ainda não comemos, não posso dizer que ficou ótimo. Mas alguém tem alguma dúvida??

* olha só que perseguição, o bacalhau é canadense!!!

cheese cake

No dia que eu cheguei na geleira canadense, ainda tonta, cansada, com um jet lag danado e um certo espanto, fui levada à uma espécie de café, onde estava sendo comemorado o aniversário de quarenta anos de alguém. Eu não comi nada, bebi apenas uma daquelas águas borbulhantes canadenses com sabor de kiwi, que era novidade pra mim. Eu estava muito fora do eixo para comer qualquer coisa, ainda mais açúcar. Mas foi nesse dia, em agosto de mil novecentos e noventa e dois, que conheci uma das sobremesas mais típicas da América do Norte, o Cheese cake.

O pequeno café na Broadway Avenue, chamado Calories era especializado nessa sobremesa, onde se podia comer cheese cakes de todos os sabores, com todos os toppings. Eu fui muitas vezes lá, durante os anos em que morei em Alaskatoon.
Claro que rapidinho alguém me passou a receita do cheese cake. Essa é a versão canadense da torta cremosa.

Cheese Cake Simples
Forre uma forma de 23 cm [9″] com 1 xícara de Graham Wafer Crumb Crust [uma farofa de bolacha moída] misturada com 1 colher de sopa de açúcar e 2 colheres de manteiga.
1 pacote de cream cheese [250g]
1 lata de leite condensado
1/2 xícara de suco de limão
1 colher de sopa de baunilha
1 pote de geléia de qualquer sabor [ou a receita de geléia*]

Numa vasilha grande bata o cream cheese até ficar cremoso. Gradualmente adicione o leite condensado batendo até ficar liso. Colocar o limão e a baunilha. Colocar essa mistura sobre a massa previamente preparada. Gele por 3 horas até ficar firme. Cobrir com geléia antes de servir.

* Geléia de Fruta:
Para 2 xícaras de fruta fresca misture separadamente:
1 xícara de água
1 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de maisena
3 colheres de sopa de corn syrup
Cozinhar até a mistura ficar clara. Esfriar por 1 minuto e acrescentar 3 colheres de sopa de gelatina em pó sem sabor ou no sabor da fruta usada. Adicione as frutas, misture bem e gele. Sirva por cima do cheese cake.

Eu tenho uma receita de calda de fruta muito mais fácil e rápida:
Descongele um saco pequeno de qualquer fruta: framboesa, morango, blueberry. Quando estiver descongelado, acrescente açúcar mascavo ou mel e deixe macerar por uma hora. Sirva por cima do cheese cake.

salada “mediterrânea”

O “mediterrânea” do título é só pra deixar com uma cara mais chique, mas essa é uma salada de grão de bico que eu faço há anos, mais ou menos como se fazia na casa dos meus pais. Fiz ontem para um picnic no parque e ficou deliciosa e satisfez o apetite faminto da hora do jantar.

Uma lata de grão de bico cozido [usei orgânico]
Um tomate cortado em cubinhos
Um punhado de mussarela fresca em cubinhos
Um punhado de azeitona preta grega
Um punhado de salsinha fresca picada

Misture tudo e tempere com sal, pimenta do reino, azeite e vinagre balsâmico. Eu usei um vinagre fabuloso com figo e limão, mas qualquer outro balsâmico serve. Deixe marinar por pelo menos uma hora e sirva com pão italiano.

give me the chocolate and nobody gets hurt

Eu gosto, é claro, mas não sou viciada, nem louca por chocolate. Também não sou uma formiga, sempre atrás do açúcar. Mas todo mundo tem seus dias, quando acontecem coisas inesperadas, que nos fazem agir de maneira pouco comum. Ontem foi um desses dias pra mim.

Fui ao dentista para a minha limpeza semestral. Eu tenho uma história com dentista. Não é uma história feliz, apesar de eu ter uma dentista fenomenal, com uma equipe fenomenal. O problema é que eu nasci assim, com essa propensão para ter problemas dentários. Never mind, isso não interessa. O que interessa é que eu fico toda tensa e estressada quando visito minha dentista. Ontem não foi diferente, tive até uma dor de cabeça.

Quando voltei pro trabalho o inusitado aconteceu. Me deu um desejo incontrolável de comer chocolate. Podia ser qualquer um, bad American chocolate, cheio de caramelo e peanut butter, eu encarava qualquer coisa. Catei 3 mangos e corri pra maquininha de tranqueiras mais próxima. Peguei uma barra de Crunch [dark, edição especial!], um pacote de M&Ms de amendoim e um saco de sour gummy bears!! Eu ADORO tudo o que é sour, isso é uma fraqueza que não posso negar. Mas M&M e Crunch foi novidade. Nem preciso dizer que devorei tudo enlouquecidamente e depois bebi água pra digerir a culpa.

Acontece…. Hoje já estou mais tranquila e voltei pro chá branco, frutas desidratadas, iogurt e barrinhas de cereal!