bolo de polenta & ricota

bolo de polenta

bolo de polenta

Eu e o meu filho viramos cidadãos italianos, ele no ano passado, eu este ano. Ele foi pra Itália aprender italiano e eu estou tentando aprender um pouco por aqui mesmo, usando um curso online [Duolingo]. Tô sofrendo horrores, não tá sendo fácil. Já ele pegou uma fluência incrível. Agora tudo ele fala em italiano comigo, eu respondo tentando o meu melhor, mas quase sempre faço erros ou falo com aquele sotaque de palhaço de ator de novela brasileira. A Itália sempre foi pra mim um grande ponto de referência, já que sou metade italiana [por parte de mãe, com 45% de Italia no meu DNA]. Agora tudo isso está mais acentuado, porque adotar a cidadania dos seus antepassados é um evento muito relevante. Me sinto fechando um ciclo, desde que os meus bisavós entraram num navio rumo à América. Por isso [também] ando fazendo e refazendo muitas receitas italianas e até resgatei uns livros que estavam empoeirados na estante do andar de cima da casa, onde nunca olho. Esse é um daqueles livros bonitos de enfeitar mesa de sala, mas acho que nunca tinha testado nenhuma receita dele. É um livrão todo recheado de fotos lindas com passo-a-passo. Sempre desconfio desses tipos de livros bonitos, porém com receitas que não dão certo. Dei uma chance pra esse bolo, que me deu a impressão de ser uma daquelas receitas de tempos difíceis ou de inverno, quando não se podia ter todos os ingredientes em mãos. A massa fica super líquida, achei sinceramente que iria dar tudo errado. Mas felizmente deu tudo certo. Fica um bolo meio pudim, mas muito saboroso. Comemos no dia seguinte, mas ele não dura muito, vai ficando mas seco e duro depois de uns dias.

40 gr de passas brancas
2 colheres de sopa de brandy
225 gr de ricota
250 gr de açúcar super fino
225 de farinha de polenta
1 pitada de nos moscada ralada na hora
Casca ralada de 1 limão siciliano
1/4 colher chá de extrato de baunilha
20 gr de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
2 colheres de sopa de pinoles [*não usei]
Açúcar de confeiteiro para decorar se quiser [*não quis]

Coloque as passas de molho no brandy e cubra com água, deixe descansar por 30 minutos. Escorra as passas e seque bem. Pré-aqueça o forno em 320ºF/160ºC. Unte uma forma grande [25cm] de fundo removível com manteiga e reserve. Coloque a ricota numa vasilha grande e adicione 440ml de água fria. Bata bem com um batedor de arame até a ricota dissolver completamente. Adicione o açúcar e bata bem. Junte a polenta [polvilhando para não empelotar] a nos moscada, raspas de limão, baunilha e as passas. Mexa bem. Não se assuste com a cara líquida da massa! Coloque tudo na forma untada. Coloque uma assadeira por baixo, porque vai vazar um pouquinho do liquido. Salpique com os cubinhos de manteiga e os pinoles, se for usar. Leve ao forno e asse por 1 hora e 30 minutos, até a massa estar bem firme e com um tom dourado. Remova do forno, deixe esfriar, desenforme e sirva polvilhado com açúcar de confeiteiro. Eu não polvilhei. Mangiare questa delizia! Buon appetito!

bolo de polentabolo de polenta

Balouza scented jelly
[pudim transparente aromatico]

BalouzaBalouza

Ando folheando este livro da Claudia Roden em busca de receitas diferentes e também inspiração. Muitas das sobremesas que ela oferece são de uma simplicidade quase inacreditável. Esse pudim feito apenas com água e amido de milho—joias de opalina—parece uma brincadeira. A gente até esboça um risinho debochado no canto da boca, porque não pode ser possível. Mas é. A balouza é um pudim aromático e delicado. Fiz com água de flor de laranjeira e pistache e achamos uma delícia. Há inúmeras variações, feito com leite, suco de laranja, farinha de arroz. Essa simplezinha, feita apenas com água, ficou muito gostosa.

1/2 xícara de amido de milho
4 xícaras de água
1/2 xícara de açúcar
3 colheres de sopa de água de flor de laranjeira ou de rosas
1/2 xícara de pistaches picados [ou amêndoas]

Numa panela misture o amido de milho com um pouco da água até formar pasta lisa. Adicione o resto da água e o açúcar, misture bem com uma colher de pau até os ingredientes se dissolverem completamente. Levar ao fogo para ferver, mexendo sempre. Assim que ferver abaixe o fogo e continue mexendo até formar um creme bem denso. Junte a água de flor de laranjeira [ou de rosas] e continue cozinhando o creme por mais 1 a 2 minutos. Adicione os pistaches ou amêndoas picadas, misture bem e despeje em copos ou tacinhas de vidro. Leve à geladeira para firmar e gelar.

Balouzacabin in the sky

ameixa seca recheada com noz
e cozida no suco de laranja

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Essa é outra sobremesa fabulosa, típica do oriente médio, que tirei do livro The New Book of Middle Eastern Food da Claudia Roden. Precisa de apenas três ingredientes e um pouco de paciência para esperar as ameixas esfriarem.

Ameixas secas ◼︎ Nozes ◼︎ Suco fresco de laranja

Corte a lateral de cada ameixa com cuidado e insira uma metade de noz. Coloque todas as ameixas recheadas numa panela, cubra com suco de laranja e leve ao fogo baixo, deixe cozinhar por uns 30 minutos ou até as ameixas absorverem todo o líquido e restar apenas um pouco de xarope da laranja. Remova da panela, coloque numa travessa, deixe esfriar completamente e sirva. Pode acompanhar iogurte ou creme de leite fresco batido, mas eu não fiz. As minhas ameixas ficaram meio avermelhadas porque tinha uma laranja sanguínea entre as laranjas que espremi.

sugarplums

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Quem não ficaria animada ao receber uma oferta de "compre este livro para o kindle por apenas $1,99"? Pois eu é que não iria ser do contra e fiquei muito animada mesmo, tanto que cliquei em "comprar" imediatamente. O livro ficou meses mofando no meu kindle, porque tenho tantos livros empilhados lá, esperando para serem lidos. Um de cada vez. E no dia que terminei de ler um livro e não sabia exatamente qual outro eu iria começar, abri The Beekman 1802 Heirloom Dessert Cookbook. Marquei muitas receitas, que são divididas por estações do ano. Essa de sugarplums, listada no inverno, eu fiz primeiro porque calhou de ter todos os ingredientes na despensa. Omiti o açúcar de confeiteiro, porque as frutas secas já são bem doces e ainda tem o mel. Acho que daria também pra omitir o mel.

3/4 xícara de amêndoas tostadas
1/2 xícara de tâmaras sem caroço
1/2 xícara de damascos secos
1/2 xícara de cerejas secas
3 colheres de sopa de mel
3 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro [*omiti]
3/4 colher de chá de cardamomo em pó
3/4 colher de chá de canela em pó
1 pitada de sal

Num processador de alimentos adicionar as amêndoas, as tâmaras, os damascos e as cerejas e processe até que fique uma massa grossa Adicione o mel, açúcar de confeiteiro se quiser usar, o cardamomo, a canela e o sal. Pulse bem para combinar.Com as mãos umedecidas molde pequenas bolinhas do tamanho de uma noz. Rolar as bolinhas no açúcar de confeiteiro. Guarde as sobras na geladeira.

sbrisolona
[bolacha italiana de amêndoa]

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A receita diz que o sbrisolona é um bolo, mas depois de fazê-la eu discordo dessa categorização. A não ser que eu tenha feito tudo errado, isso é uma bolachona. Pela descrição é isso mesmo, uma bolacha farofenta, quebradiça e absolutamente deliciosa. A receita pede por uma forma de 25cm mas eu decidi fazer em seis pequenas [de 10cm] e uma média [de uns 18]. Deu certinho. Nós comemos uma bolacha cada um, acompanhadas de infusão de gengibre e limão, o Uriel empacotou duas e o restante eu levei pro trabalho, onde distribuí entre colegas e amigos. Todo mundo que comeu gostou e elogiou. Meu chefe estava comendo um pedaço quando entrei na sala e o ambiente cheirava a laranja. Uma delicia! Um bom presente e uma boa maneira de iniciar o ano no ambiente de trabalho.

1 e 1/2 xícaras [200 gr] de amêndoas
Amêndoas extras para decorar
1 e 1/2 xícaras de farinha de trigo
1 xícara de farinha de semolina
1 xícara de açúcar
1/2 colher de chá de sal kosher
Raspas de 1 laranja grande
1 colher de chá de sementes de anis e um pouco mais para decorar
1 xícara [226 gr] de manteiga sem sal amolecida
2 gemas de ovo grande
Açúcar de confeiteiro para polvilhar [opcional]

Pré-aqueça o forno a 350°F /176ºC. Unte uma forma de fundo removível de 25 cm com manteiga. Forre com papel vegetal e unte novamente. Eu usei seis dessas forminhas de fundo removível pequenas, com 10 cm e outra pequena de uns 18cm. No processador de alimentos coloque as amêndoas e pulse até elas ficarem moídas mas não pulverizadas. Em uma tigela grande misture as amêndoas moídas, as farinhas, o açúcar, o sal, as raspas da laranja e as sementes de anis. Usando as mãos, misture a manteiga e as gemas de ovo até ficar incorporado. A massa fica grusenta e grossa, não é uma masa uniforme e lisa. Espalhe a massa pela forma [or forminhas] uniformemente. Decore com amêndoas inteiras e sementes de anis. Asse na grade média do forno por uns 30 minutos. Comece a checar nos primeiros 10 minutos se fizer em forminhas menores. As bolachas estarão prontas quando o centro ficar dourado. Remova do forno, deixe esfriar completamente e remova cuidadosamente das formas ou forminhas e transfira para uma travessa grande. Se quiser pode polvilhar com açúcar de confeiteiro. Eu não quis.

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tâmaras recheadas
com amêndoas—tamr bi loz

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Tenho usado muito um livro lindo da Claudia Roden que eu tenho chamado The New Book of Middle Eastern Food para procurar por receitas ou me inspirar. Faço buscas por ingredientes [agora os aparecidos da primavera] ou apenas dou uma folheada para achar ideias diferentes. Esses docinhos captaram a minha atenção, porque são tão simples de fazer e nada que leve esse tipo de ingredientes pode não dar certo ou não ficar bom. Usei todas as Medjool orgânicas que tinha comprado no inverno. Essas tâmaras recheadas ficam parecendo bombons. Uma delicia que derrete na boca. Fiz com amêndoas e água de flor de laranjeira, mas quero fazer novamente usando pistachios e água de rosas. No livro a Claudia Roden conta que no Norte da Africa o recheio de amêndoas é tingido de verde para parecer pistachio, que é considerado mais refinado.

1 e 1/2 xícara de amêndoas ou pistachios
1/2 xícara de açúcar super fino
2 a 3 colheres de sopa de água de rosas ou de flor de laranjeira
500 gr de tâmaras secas [das macias californianas ou tunisianas]

Num processador de alimentos misture as amêndoas [ou pistachios] com o açúcar e a água de flor de laranjeira [ou de rosas]. Pulse até obter uma pasta bem firme, que possa ser moldada com os dedos. Abra as tâmaras com cuidado usando a ponta de uma faca afiada. Remova a semente e recheie com uma quantidade generosa da pasta de amêndoa. Guarde num recipiente com tampa.

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com pistachios & água de rosas

bolo de trigo sarraceno & maçã
[ shwarzplententorte ]

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Procurando por uma sobremesa para fazer para um jantar me deparei com essa receita de shwarzplententorte — buckwheat & apple cake e parei por ali mesmo. Eu sei que esse tipo de bolo não é exatamente uma sobremesa, mas pra mim foi. Servi acompanhado de sorvete de creme e amoras frescas. O restante nós devoramos com chá no dia seguinte. A massa fica bem densa e escura e a maçã praticamente desaparece—fica só como presença saudável no background, porque o trigo sarraceno domina o sabor desse bolo. Eu não achei geleia de lingonberry nem de cranberry no meu supermercado local, então substitui por uma artesanal de framboesa ácida e ficou muito bom.

1 xícara [250 gr] de manteiga em temperatura ambiente
1 xícara [250 gr] de açúcar
6 ovos caipiras, gema e clara separadas
2 xícaras de farinha de trigo sarraceno
2 e 1/4 xícaras de farinha de amêndoas [almond meal, se possível com a pele]
1 maçã ralada
1 fava de baunilha
200 gr de geléia de lingonberry [ ou groselha, ou cranberry ou framboesa ]
1/2 colher de sopa de açúcar de confeiteiro para polvilhar

Bata a manteiga e o açúcar. Adicione as gemas e bata até ficar pálido e cremoso. Adicione o trigo sarraceno, a farinha de amêndoa, a maçã ralada e as sementes raspadas da baunilha e mexa até ficar bem misturado.

Bata as claras em picos firmes. Misture delicadamente, aos poucos, na massa até ficar bem incorporado e despeje tudo em uma assadeira redonda untada com manteiga e forrada com papel vegetal.

Asse em forno pré-aquecido em 350ºF/ 176º C por cerca de 50 minutos ou até que o bolo fique dourado e cozido no centro. Remova do forno e deixe esfriar completamente. Corte o bolo ao meio com a ajuda de uma faca afiada e depois passando uma linha pelo corte. Coloque a parte inferior numa travessa e espalhe a geléia por cima. Cubra com a outra parte, polvilhe com açúcar de confeiteiro e sirva.

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Helbeh — bolo de feno-grego

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Essa foi a primeira receita doce que fiz do livro Jerusalem do Ottolenghi e Tamimi. Me empolguei com os ingredientes, especialmente com o fenugreek [feno-grego] que eu tinha comprado por curiosidade e nunca tinha usado. Essas sementinhas têm um aroma parecido com o curry. O único porém desse bolo é que ele tem que ser feito com um dia de antecedência para dar tempo da massa absorver bem o xarope. Então tenham muita calma, preparem e aguardem o tempo necessário pois valerá a pena.

para o bolo:
3 xícaras de farinha de bsemolina fina
2/3 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de pinoles picados grosseiramente
1/3 xícara de azeite de oliva
1/3 xícara de oleo de girassol [ou outro vegetal]
2 e 1/2 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
1 e 1/2 colheres de chá de sementes de feno-grego
2 e 1/2 xícaras de água
1 e 1/2 colheres de chá fermento biológico para pão de rápido crescimento
1/2 colher de chá de fermento quimico em pó
1/2 colher de chá de sal
3 colheres de sopa de amêndoas inteiras sem pele

para o xarope:
1 e 1/2 xícaras de açúcar
6 e 1/2 colheres de sopa de água
2 colheres de sopa de suco de limão
1 e 1/ 2 colheres de sopa de água de rosas
1 e 1/2 colheres de sopa de água de flor de laranja

Misture a semolina, a farinha de trigo e os pinoles em uma tigela grande. Junte os óleos e a manteiga, misture bem e reserve.

Coloque as sementes de feno-grego e a água para ferver em uma panela média em fogo alto. Reduza o fogo e cozinhe por 25 minutos ou até que as sementes fiquem inchadas e macias. Escorra o feno-grego reservando a água do cozimento. Adicionar as sementes à mistura de semolina. Adicione o fermento biológico, o fermento químico e o sal.

Meça 3/4 de xícara de água quente onde cozinhou o feno-grego. Lentamente adicione o líquido na mistura de semolina Sove a massa sobre uma superfície levemente enfarinhada até ela ficar completamente lisa.

Unte uma forma 22 cm com manteiga e forre o fundo e as laterais com papel manteiga. Coloque a massa na assadeira e pressione bem até cobrir o fundo e ficar bem nivelado e liso. Usando uma faca marcar a superfície do bolo com uma série de linhas em ângulos de 45 graus, formando um padrão de diamante. Inserir uma amêndoa no centro de cada diamante. Cubra com uma toalha úmida limpa e deixe crescer em local aquecido por 1 hora. Cerca de 20 minutos antes do tempo da massa estar crescida, pré-aqueça o forno a 425º/ 220ºCF. Asse o bolo na grade inferior do forno por 20 minutos. Abaixe o fogo para 400ºF/ 205ºC e asse por mais 20 minutos ou que ele esteja totalmente dourado e cozido no centro.

Enquanto o bolo assa preparar o xarope. Misture o açúcar e a água numa panela pequena. Leve a mistura ao fogo até ferver e adicione o suco de limão. Deixe cozinhar em fogo baixo por 4 minutos e retire do fogo. Deixe a mistura esfriar um pouco e em seguida, adicione as águas de rosa e da flor de laranjeira. Quando o bolo estiver assado retire do forno e regue imediatamente com a calda. Deixe o bolo esfriar completamente na assadeira. Cubra bem com papel alumínio ou filme plástico. Sirva no dia seguinte.

bolo [italiano] de azeite e uva

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Esperei uma semana para fazer esse bolo, pois só consigo colocar essas receitas em prática no final de semana e precisava comprar alguns dos ingredientes. Este bolo italiano feito para celebrar a chegada da primavera, não poderia ter aparecido no momento mais apropriado, quando já estamos engatando segunda marcha nesta estação de abundância. Nós adoramos a delicadeza desse bolo, que tem uma textura muito fofa e não é muito doce, dando destaque para a delicadeza das uvas assadas.

1/2 xícara de azeite extra-virgem de oliva
1 xícara de farinha de trigo
1/2 xícara de amêndoas torradas e moídas finamente [*usei farinha de amêndoa]
1/4 xícara de polenta de cozimento rápido ou cornmeal
1 e 1/2 colheres de chá de fermento em pó
1/2 colher de chá de sal
2 ovos caipiras grandes
2/3 xícara de açúcar
2 colheres de chá de raspas da casca de limão
1/3 xícara de leite integral [*usei buttermilk]
2 xícaras de uvas vermelhas sem sementes

Pré-aqueça o forno a 350ºF/ 176ºC. Unte uma forma quadrada com azeite e polvilhe com com farinha de trigo. Numa vasilha misture a farinha de trigo, as amêndoas moídas, a polenta, o fermento e 1/2 colher de chá de sal. Na batedeira bata os ovos, o açúcar, e as raspas de limão em velocidade alta até ficar um creme bem claro e fofo. Reduza a velocidade e lentamente adicione o azeite. Incorpore a mistura de farinha em três adições, alternando com o leite, começando e terminando com a farinha.

Colocar a massa na forma untada e colocar 1 xícara das uvas por cima afundando um pouco com o dedo. Asse por 15 minutos. Coloque a 1 xícara restante das uvas sobre o bolo. Asse até que o bolo esteja dourado, por mais 25 a 30 minutos. Deixe esfriar na forma sobre uma grade por 15 minutos. Desenforme e sirva.

bolo espanhol de amêndoas
[pastel de almendras]

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E esse bolo típico espanhol foi a terceira [porém não a última] receita que fiz do livro Casa Moro. Esse é daqueles bolos tipo pudim, que ficam finos e úmidos, com uma textura mais densa, mas com um sabor super delicado. O segredo é bater os ovos, açúcar e azeite por bastante tempo [uns 15 minutos]. Enquanto esses três ingredientes ficam na batedeira, prepara-se as amêndoas, que precisam ser despeladas. Eu sempre tive um certo temor de tirar casca de amêndoa, pois achava que seria um trabalho miserável, daqueles que leva cinco horas, machuca mão e faz uma sujeirada dos demônios. Mas que nada! É só jogar as amêndoas por uns minutos em água fervendo, remover com uma escumadeira, chamar uma mão extra pra ajudar a remover a casca que vai sair facinho e em menos de 10 minutos as amêndoas estarão peladíssimas e prontas para serem incoporcorada à massa do bolo. Usei umas amêndoas fresquissimas que ganhei de um dos nossos advisors, um professor da Plant Science, no meu trabalho.

150 ml de azeite extra-virgem de oliva
165gr de açúcar mascavo claro
4 ovos caipiras médios
175g de amêndoas cruas despeladas e moídas
100g de farinha de trigo peneirada

Pré-aqueça o forno a 350ºF/ 176ºC. Unte um refratário ou forma de mais ou menos 26 cm com azeite e reserve. Na batedeira bata o azeite, o açúcar e os ovos até que fique um creme pálido e liso, por cerca de 5 minutos a uma velocidade média-alta. Este passo é importante para aerar a massa e deixá-la bem leve. Separe as amêndoasjá despeladas em três partes e moa no processador em três niveis—bem fino, médio e bem pedaçudas. Desligue a batedeira e coloque então 2/3 das amêndoas e a farinha de trigo peneirada misturando delicadamente com uma espátula. Despeje a massa no refratário ou forma previamente untada, espalhe as amêndoas restantes por cima e leve ao forno. Asse por uns 20 minutos ou até que o bolo esteja firme e dourado. Retire do forno e deixe esfriar sobre uma grade. Esse bolo é muito apropriado para acompanhar um delicado chá de ervas frescas. Eu servi com um de hortelã.

torta de abóbora & chocolate

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A torta que mais agradou os comensais no jantar de Thanksgiving não ganhou foto apropriada, porque praticamente saiu do forno para o carro e quando chegamos na festa nem pensei em fotografar nada, animada que fiquei bebendo vinho e batendo papo com os meus amigos. No final do jantar, colocamos as tortas na mesa e daí saiu uma clicada pro instagram, mas já era noite e tals, portanto a foto não fez nenhuma justiça à delicadeza e deliciosidade dessa receita saída da revista Everyday Food de outubro de 2008.

20 cookies de chocolate
2 colheres de sopa de açúcar comum
3 colheres de sopa de manteiga sem sal derretida
115 gr [4 ounces] de chocolate meio amargo picado e derretido
1 e 1/2 xícara de purê de abóbora
1 ovo grande
1/2 xícara de creme de leite fresco
1/4 xícara de açúcar mascavo claro
1/4 xícara de maple syrup puro
1/2 colher de chá de pumpkin-pie spice
1/4 colher de chá de sal

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Num processador pulse os cookies e o açúcar comum até ficar bem moído. Junte a manteiga e pulse até a mistura ficar bem úmida. Coloque essa farofa na base de uma forma de fundo removível de 22 cm. Use a base de uma xícara medidora para pressionar bem. Forre só a base, não o lados. Coloque a forma sobre ums assadeira e leve ao forno por 12 minutos.

Remova a forma do forno e espalhe o chocolate derretido sobre a massa assada. Use uma espátula para espalhar bem. Leve a forma ao congelador por 5 minutos até o chocolate endurecer. Unte os lados da forma com um pouquinho de manteiga.

Enquanto isso, coloque o purê de abóbora, o ovo, o creme de leite, o açúcar mascavo, o maple syrup, a pumpkin-pie spice e o sal numa vasilha. Misture tudo muito bem com o batedor de arame. Coloque a mistura de abóbora sobre a massa com a camada de chocolate e leve ao forno novamente, por 50 minutos. Remova do forno, deixe esfriar e leve à geladeira por pelo menos 1 hora. Desenforme e sirva.

o que comeu-se

perabalsamico
salada de pera & queijo cabra

pizza-abobora
pizza de abóbora & sálvia

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salada de rabanete & coentro

marmelada
marmelada pedaçuda

Durante o final de semana eu cozinho bastante, mas não faço nada excepcional e não tenho mais a menor vontade de fotografar tudo o que faço. Uso o instagram no iphone pra registrar uma coisa ou outra e se o resultado ficar legal, publico aqui. Esses foram os rangos brejeiros que ganharam destaque.

Salada de pera asiática fatiada bem fininha, temperada com balsâmico de fruta e acompanhada de queijo de cabra envelhecido.

Pizza de abóbora e sálvia. A butternut squash foi fatiada no mandoline, temperada com sal, pimenta e azeite e assada por 15 minutos. Cobre-se a massa de pizza pré-assada com um queijo cremoso [ricota, cream cheese ou queijo de cabra] espalha as fatias de abóbora, salpica com queijo parmesão ralado e leva ao forno por uns minutos. Na hora de servir espalha por cima folhinhas de sálvia que foram previamente fritas em óleo bem quente.

Salada de rabanetes e coentros, que neste momento abundam na cesta orgânica. Fatia-se os rabanetes usando o mandoline, tempera com sal, pimenta do reino moída na hora, azeite, suco de limão e balsâmico de pêssego. Salpica com as folhas de coentro fresco e serve. Fica muito bom, bem refrescante.

E finalmente a marmelada, que é só marmelo descascado e cortado em pedaços, suco de limão, um pouco de água e açúcar mascavo. E cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, cozinha, mexendo vez ou outra, com a panela semi-tampada e sempre em fogo baixo. Fiz sem medida. Quem descasca os marmelos é sempre o Uriel. Salva de palmas pra ele, pois descascar e limpar marmelo não é fácil!

[arroz doce]

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Essa foi a última invencionice que pratiquei no auspicioso ano de 2010. Enquanto fazia aquela arrumação-revolução que já contei que fiz, preparei uma panela de arroz doce. Os ingredientes que usei sairam um pouco do padrão dos usados nas receitas mais comuns dessa iguaria. Mas o resultado agradou muito.

Numa panela robusta coloque:
1 litro de leite de cabra
1 xícara de arroz sweet/mochi
1 fava de baunilha cortada no comprimento e as sementes raspadas com a ponta de uma faca—coloque tudo na panela
1/2 xícara de maple syrup [ou mais se quiser mais doce]

Leve a panela com os ingredientes ao fogo médio e deixe ferver. Abaixe o fogo para o mínimo, tampe a panela, deixando um espacinho aberto, e cozinhe até secar quase todo o liquido e formar um creme. Deixe esfriar e sirva morno ou frio.

cocada de forno

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Duas amigas comentando algo sobre cocada de forno na minha timeline no twitter me colocaram num estado de total e absoluto desespero—preciso fazer e comer esse negócio IMEDIATAMENTE! Me joguei no Google procurando por uma receita. Queria uma sem leite condensado. Minha busca se mostrou imensamente frutífera e provou mais uma vez que receita não tem dono. A maioria das que levavam leite condensado eram idênticas, assim como as que levavam apenas leite. Com a exceção de uma freako que levava farinha de trigo, o resto era basicamente a mesma lista de ingredientes. Peguei essa num website em inglês, porque prefiro quando a receita especifica temperatura de forno e usa medidas padrões. Cheguei em casa e preparei rapidinho essa cocada simplesmente deliciosa. Use coco ralado fresco se puder. Como essa fruta não abunda por aqui, usei os flocos de coco da marca Bob's Red Mill, que é de excelente qualidade.

500 gr de coco ralado
4 gemas de ovos batidas
2 xícaras de açúcar
1 xícara de leite integral
2 colheres de sopa de manteiga amolecida

Pré-aqueça o forno em 350ºF/ 176ºC. Unte uma assadeira com manteiga. Numa vasilha misture o coco, o açúcar, o leite, as gemas batidas e a manteiga amolecida usando uma colher de pau. Leve ao forno e asse por uns 15-20 minutos ou até a massa ficar bem dourada. Retire do forno, deixe esfriar e sirva.

nós ♥ paçoca

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A paçoca da nossa infância, da minha, da sua, de todo mundo. Pode-se até não gostar, pois não é todo mundo que curte amendoim, mas quem não provou paçoca, quem não abriu o embrulhozinho quadradinho, com cuidado pra não quebrar, colocando ele inteiro na boca e quase engasgando com a farofa derretendo, espalhando e colando nos dentes?

Sempre achei que fazer paçoca em casa fosse coisa dificultérrima. Nunca cogitei, nem pensar fazer, imagina!

Mas daí vem a Neide, que ensina, esclarece e dismistifica tudo sobre absolutamente qualquer ingrediente, qualquer receita, e ainda oferece a facilidade e simplicidade de preparar coisas preciosas, como essa paçoca caseira.

Quis fazer em quadradinhos, como eu comia na infância. Acabei usando um molde para gelo de silicone. Deu certinho.

Coloquei no processador de alimentos 100gr de amendoim orgânico torrado [dried roasted], 100 gr de açúcar e 100 gr de farinha de mandioca torrada [não tinha a de milho, mas quando arranjar vou refazer com ela, como a Neide recomenda].

O segredo, acredito, é moer por bastante tempo no processador, até formar uma massa que dê mais ou menos para ser pressionada entre os dedos e ficar inteira. Eu processei por mais de 5 minutos, ia checando, a massa vai encorpando. Dai recheei as forminhas, apertando bem a massa com o dedo e alisando o topo com as costas de uma colher. Daí é só desenformar numa travessa e se deliciar.

Cheguei com a travessa com as paçoquinhas e servi uma pro Uriel. Não falei nada. Disse apenas—experimenta um. Ele colocou o coraçãozinho na boca e exclamou—PAÇOCA!

Forrei uma latinha de caramelos vazia com papel vegetal, ajeitei os coraçõezinhos de paçoca dentro, fechei a tampa e avisei o Gabriel que tinha uma surpresa pra ele. Ele veio, abriu a latinha, colocou um coraçãozinho na boca e exclamou—PAÇOCA!

Nós ♥ paçoca!!

um curau natureba

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Todo mundo fez uma careta de espanto quando eu servi esse curau de cor estranha. Mas eu garanti que um sorriso iria aflorar logo na primeira colherada. E assim foi. O curau ficou com essa cor de caramelo porque usei açúcar de rapadura pra adoçar. Fiz com duas xícaras de grãos do milho raspados da espiga com uma faca, 1 xícara de leite integral, 1/2 xícara de açúcar de rapadura e raspinhas de canela, que fiz na hora com o microplane. Bater tudo no liquidificador e passar por uma peneira. Dai é só cozinhar, cozinhar, cozinhar em fogo baixo. Eu adoro milho e qualquer comida preparada com ele. Curau pra mim é o verdadeiro manjar.

los dulces

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Todos já devem saber que eu não sou a maior fanzoca dos dulces e que dou preferência para os que têm fruita. Por isso, entre as inúmeras opções açúcarada oferecidas pela padaria San Pedro, escolhi um recheado com doce de cidra, que não consegui terminar de comer. Bebi um chá de menta. O Uriel comeu um doce com maçãs, que ele elogiou por não estar muito doce, e bebeu um café con leche. Os outros comeram diversos tipos de tortas e bolos. Ninguém quis o flan, nem a crema catalana.

Pinhas de Montemor

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Em Montemor, depois de visitar o castelo, paramos no centro do pequeno povoado para achar uma máquina de banco para retirar dinheiro e ficamos com sede. Entramos num restaurante de esquina para comprar água e eu vi esses doces em forma de pinhas na vitrine. Eles têm uma casquinha feita com uma massa que parecia de milho e o recheio parecia ser feito de ovos. Não perguntei se havia pinhas no doce ou era só o formato. De qualquer maneira eu gostei, pois esse é daqueles doces não muito doces. Bebemos a água gaseificada natural Pedras Salgadas, que é a favorita da minha irmã.

doce de abóbora com coco

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Parte da abóbora [orgânica] que enfeitou a porta da minha casa no Halloween virou um doce. Foi 500 gr da abóbora em pedaços, 150 gr de açúcar e alguns cravos da india. Cozinhei por algumas horas. Acrescentei o coco em flocos no final, mas achei que coloquei muito. Se fizer novamente vou omitir. Só a abóbora com o aroma do cravo já estava perfeito.

A outra parte da abóbora foi assada e está aguardando a definição do seu destino. Uma sopa para a noite. Talvez.

delicias do mundo

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panforte

será que eu fiz uma chimia?

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Cozinhei nectarinas com açúcar demerara e uma fava de baunilha em fogo baixo. Servi assim, com uma bolota de creme fraiche. Monsieur U. Ego disse que ficou bom, muito bom!

flapjacks

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Uma receita clássica de flapjacks deste website de receitas retrô. Eles ficam simplesmente uma delicia! Eu adicionei damascos secos em pedacinhos, o que deu um upgrade nas barrinhas amanteigadas de aveia.

4 oz /100g de aveia grossa
2 oz / 50g de manteiga
3 oz /75g de açúcar [usei mascavo]
1 colher de chá de Treacle ou Golden Syrup [substitua por mel ou melado]
Numa panela derreta a manteiga e o syrup, adicione o açúcar e a aveia. mexendo sempre em fogo médio [coloquei os damascos em cubinhos também]. Espalhe a mistura numa forma untada com manteiga e asse por uns 15 minutos. Tire do forno, corte com uma faca e deixe esfriar. Ele endurece depois, formando barrinhas. Essa receita dá 4 porções.

Banana para todos!

Eu adoro banana, mas não sei por que sempre acabo com um monte de frutas passadas na cesta, muito maduras para serem consumidas frescas. Nesses horas dá uma raiva, porque não curto muito fazer torta de banana ou mesmo o pão de banana, uma das receitas tradicionais daqui. Faço então um doce de banana bem fácil, bom pra comer com queijo fresco.

Doce de Banana

Queime mais ou menos uma xícara de açúcar mascavo numa panela e faça um caramelo. Quando o caramelo estiver bem grosso, desligue o fogo e acrescente umas seis bananas maduríssimas cortadas em pedaços. Junte o suco de meio limão amarelo, uma colher de sopa de água e ponha pra cozinhar no fogo baixo. Mexa frequentemente com uma colher de pau. Deixe a panela meio tampada, pois o doce começa a espirrar quando começa a ferver. Deixe apurar, mexendo sempre. Desligue o fogo, deixe esfriar. Guarde na geladeira.

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E para quem gosta de bolos e pães, uma receita tradicional:

Banana Bread [Receita da revista Everyday Food]

1/2 xícara de manteiga em temperatura ambiente
1 xícara de açúcar
2 ovos grandes
1 1/2 xícara de farinha de trigo
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de sal
1 xícara de banana bem madura amassada
1/2 xícara de creme azedo [sour cream]
1 colher de chá de baunilha
1/2 xícara de nozes picadas

Pre-aqueça o forno em 350°F/ 178ºC. Unte bem com manteiga uma forma de assar pão. Numa batedeira, bata o açúcar e a manteiga até ficar um creme macio e leve. Adicione os ovos e bata até eles se incorporarem ao creme.

Numa vasilha média, misture a farinha, o bicarbonato e o sal. Adicione a mistura de farinha ao creme. Misture levemente. Adicione as bananas, o creme azedo e a baunilha. Misture bem, adicione as nozes e coloque na forma untada.

Asse por mais ou menos 1 hora e 10 minutos. Retire do forno, deixe descansar por 10 minutos, retire da forma e deixe esfriar numa grade.




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