flores de abobrinha
[zucchini blossoms]
A fazendeira de Dixon estava vendendo abobrinhas de todos os tamanhos e cores no farmers market de Woodland. E a maioria delas estavam com as flores atachadas. Não precisava de abobrinha, então sugeri que ela me vendesse somente as flores. Ela ficou surpresa com minha sugestão e disse que normalmente jogava as flores no composto. Minha resposta foi—NÃOOOOOOOO, traz aqui que eu compro todas!! E levei essas por apenas uma pataca americana. Fiz bem simples, metade recheada com ricota temperada com salsinha, azeite, sal e pimenta e outra metade recheada apenas com queijo de cabra. Coloquei numa assadeira e levei em forno pré-aquecido em 325ºF/162ºC por uns 15 minutos. Reguei com um fio de azeite antes de servir. Fica tão gostoso quanto fica lindo!
sunflower fields forever
Este ano eu estava estranhando não ter visto nenhum campo de girassóis no meu caminho. Mas quando fui buscar comida nepalesa para o jantar de uma sexta-feira, atravessei a ponte que passa por cima da estrada principal que corta a cidade e vi um campo enorme e todo florido dentro do perímetro urbano. Daí comecei a ver outros campos, mais próximos ou um pouco afastados da cidade. O negócio é que os campos mudam de lugar, ou melhor, os campos são os mesmos mas a lavoura é rotativa. Então onde estavam os girassóis no ano passado, neste ano estão os tomates ou o trigo. E onde estavam os tomates estão os girassóis ou o trigo ou o milho. Sou daquelas que acha todo esse cenário agrícola uma lindeza absoluta. Sou daquelas que encomprida o caminho pra casa só pra poder olhar os tomates já brilhando nos campos ou sentir o cheiro do feno recém colhido. Sou daquelas que para o carro no meio do poeirão e vai fotografar campo de tomate ou girassol até mesmo quando está fazendo quarenta graus. Sou daquelas que enfrenta as abelhas pra poder chegar mais perto das flores gigantes e laranjas. Sou daquelas que transpassa propriedade alheia pra poder tirar uma foto, mesmo que seja com o celular. Sou daquelas que comprimenta os trabalhadores do campo dando tchauzinho pro pessopal nos tratores. Na última foto da direita eu sou aquela bolhinha cor-de-rosa, que é como o google maps me identificou no dia em que parei no meio dos campos agrícolas para tirar essas fotos dos girassóis.
as minhas lavandas
Até eu me espantei em perceber que nunca tinha apanhado nenhum raminho das lavandas do meu quintal para por num vaso. Já tinha usado pra cozinhar, mas nunca para enfeitar. Quando nos mudamos pra esta casa, há oito anos, plantei lavanda por todos os lados, diferentes variedades, algumas foram pra frente e outras não. As que prosperaram estão no canteiro onde ficam também o limoeiro e o pé de nectarina. Tenho o maior amor por essas lavandas, pois elas perfumam o meu quintal. Num outro dia acabamos de jantar na mesa do quintal e de repente eu olhei pras florezinhas, catei a tesoura de jardim e plicplicplicplic. Enchi dois vasinhos. Posudo, aqui está um deles.
as flores, as cores
Apesar de ainda estarmos no inverno, a floração de muitas árvores já começou por aqui. É um espetáculo de cair o queixo, um deleite para os olhos. Eu não consigo passar batido sem fazer alguns cliques, mesmo sabendo que eles ficam basicamente iguais. Entrando no Co-op para fazer minhas comprinhas semanais, vi esse arbusto todo enfeitado com essas flores de cor tão impressionante. Com o celular mesmo, fiz uns cliques.
um pé fora da bolha
Ando refazendo algumas receitas, porque é normal o entusiasmo por receitas novas entrar em declínio e o cozinhar do dia-a-dia pegar carona na inércia. Num outro dia decidi que iria fazer um pão. Desempoerei a minha máquina jurássica, que é usada há cada três anos e decidi refazer esta receita de pão de cebolinha, que é a única que eu já fiz fugindo das que vieram no manual. Da primeira vez deu tudo errado. Acho que o fermento não estava muito bom. Comprei fermento novo, farinha especial para pão e refiz, substituindo a ciboulete ou cebolinha por alecrim. Da segunda vez o pão deu certo, mas eu quero mesmo é pegar o entusiasmo para fazer pão manualmente. Já li sobre as técnicas, já separei receitas básicas, mas ainda não consegui me organizar para botar a mão na massa. Meu problema maior é a falta de tempo.
Passo meu dia em função do meu emprego, que só não é muito distante das minhas aventuras na cozinha porque eu trabalho transportando para a web guias de gerenciamento integrado de pestes, que tem uma parte enorme dividida por produtos agrícolas. Neste momento estou atualizando páginas de zilhões de pestes que atacam a alface, o algodão e a cereja e modificando uma galeria gigantesca de ervas daninhas e plantas invasivas, algumas comestíveis. Fora isso, penso nos ingredientes com que cozinho somente nas minhas horas livres, que incluí também a do almoço. Quando chego em casa no final da tarde estou cansada, muitas vezes sem idéias, sem paciência, querendo fazer outras mil coisas e também descansar, ver filmes, ler livros, dormir.
Tínhamos muito pra conversar e foi o que fizemos, enquanto eu preparei rapidamente e mais uma vez a salada de tomate com sumac e esperamos o gratinado de batatas e abobrinha cozinhar. Conversamos muitas coisas, porque estamos vislumbrando muitas mudanças e são tantas coisas para se discutir, refletir e analisar. Quando sentamos finalmente para comer ele me disse:
—você precisa repensar o seu blog, ver se não está sendo demais, pois você não precisa escrever lá todos os dias.
Concordei, pois é verdade: não preciso escrever todos os dias. O que acontece é que devo ter ligado o automático, como costumo fazer com muitas outras coisas. Vou fazendo tudo sem pensar, muito menos repensar. Vejo receitas, marco com post-its e quando dá certo preparo. Se der certo, tiro foto, se a foto ficar boa, monto o post, mas muita coisa não fica boa, ou fica boa mas a foto fica um lixo. Como o sorbet de uva que fiz noutro dia e que ficou muito bom, mas fui tirar fotos na hora do almoço, enquanto conversava com o Gabriel. Obviamente as fotos não vingaram e não teve segunda chance, pois o sorbet foi devorado rapidamente. Normalmente eu não choro por essas oportunidades perdidas, mas quando tudo fica tão automático que se tira foto enquanto faz outras coisas, pois não é mais um desafio e sim rotina, o tédio começa a tomar conta e refletir na qualidade do blog. Hora de repensar mesmo, como já repensei muitas outras coisas importantes na minha vida.
gelado de lavanda
Durante o verão, chegam raminhos de lavanda na cesta orgânica, que eu geralmente vou colocando em vasos e espalhando pela casa. Tenho vários, já de muitos anos e é incrível como a lavanda, mesmo seca, nunca perde o cheiro. A Marianne levou o primeiro raminho que chegou este ano, mas o segundo acabou ficando na minha cozinha. Eu olhei pras florezinhas azuis fresquinhas e decidi—vou fazer sorvete de lavanda! Debulhei as flores e coloquei mais ou menos uma colher de sopa cheia delas numa xícara de creme de leite fresco. Deixei na geladeira por uns dias. Eu já tinha feito essa infusão fria com lavanda anos atrás, pra fazer um creme. Prefiro assim do que cozinhar as flores e o creme. E dá certinho. Depois é só coar as flores [esprema bem] e acrescentar 1 xícara de leite integral e mel a gosto. Sorveteira e tchans. Fica um sorvete super delicado, com um aroma e um sabor intenso de lavanda. Bom pra comer puro ou acompanhado de frutas frescas, como o morango.
rosas de outro jardim
O Gabriel me trouxe rosas do jardim da casa dele. Elas eram cheirosas e pelo jeito também saborosas, pois o Roux atacou e devorou muitas pétalas.
o jasmim deste ano
Meu jasmim floresce todo ano nesta época. Ele é uma flor trepadeira e, acredito, invasiva. Se você não manter ele num cabresto, ele se espalha de uma maneira irritante, se enroscando em outras plantas. Esse, da porta do fundo da guest house, já se meteu pela roseira ao lado. Como eu não tenho muitas habilidades de jardinagem, vou fazendo como posso. Quando olho pra esse jasmim penso que ele reflete muito bem o estilo do meu quintal-matagal. Um jasmim exagerado, desarrumado, imponente e um tantinho descabelado.
são rosas
O legal de viajar durante mudança de estação, é que quando você volta encontra muitas diferenças na paisagem. Eu cheguei para encontrar as rosas já pipocando, no jardim da frente e no quintal da casa. Minhas rosas não são muito bonitas, daquela beleza clássica que as rosas costumam ter. Elas abrem de uma maneira deselegante, se despetalam fácil, são espinhudas, sempre infestadas com pulgões, mas são rosas de fato. E já estão enchendo os vasos e trazendo alegria pra vida do gato Roux.
ohsobeautiful!
Mesmo com toda essa chuvarada e o friozinho insistente, de repente você olha pro lado e—plinplinplin—flores! A natureza não quer nem saber, chegou a hora, chegou a hora e pronto. Esse ciclo das estações é tão, tão lindo!
rosas & gerânios
A sogra do meu filho chegou para passar o feriado carregando um monte de coisas, entre elas esse arranjo de flores—dois tipos de rosas e dois tipos de gerânios. Ela deixou as hastes bem compridas, então ficou um arranjo bem alto e eu precisei colocar no maior vaso que eu tenho. O visual ficou muito bacana.
Gerânio Citronela
Agora estou de olho nos gerânios. Vi esse no jardim de um dos meus vizinhos. Peguei uma muda, pois fiquei encantada com o cheiro impregnante de citronela que as folhas dessa planta exalam.
felicidade é um ramo de flores
Quando eu chego do Farmers Market nas manhãs de sábado trazendo as flores embrulhadas em folhas de jornal na minha cestinha, é a hora mais feliz para o meu gato Roux. Ele adora as flores—cheirar, morder, comer. Tenho um grande receio de que ele vai se intoxicar um dia, porque não sou entendida em plantas e não sei o que pode ser perigoso. Mas a florista sabe que meu gato come as flores que eu compro dela e nunca me alertou contra nenhuma. Mas já aconteceu dele não dar bola pra algumas, acho que o tal instinto funciona, mesmo num gatonildinho meio pancada como o Roux. Essas ele já cheirou. Estou tentando mantê-lo afastado, para as flores durarem pelo menos um dia, mas logo eu perco o controle e ele ataca. Felicidade para ele se resume à um lindo ramalhete de flores!
as rosas daqui
Elas não são as mais bonitas. Tenho que espirrá-las com água de esguicho antes de colocá-las nos vasos, porque não importa quantas mil joaninhas trabalhem afoitas, elas apresentam sempre uma colônia de pulgões. Todo ano elas aparecem mais ou menos por esta época, este ano um pouco mais tarde que o usual. Mas logo elas estarão enchendo os vasos até eu não aguentar mais colhê-las e desistir, deixando que desfolhem lá mesmo no pé. Algumas são muito cheirosas, todas são bem espinhudas, umas são bem pequenas, outras são realmente enormes. As cores variam em tons de vermelho, rosa, amarelo e creme. Algumas abrem de uma maneira tão escancarada que nem parecem que são as flores que são. Rosas. E são todas do meu jardim.
só me restaram as flores
Fui toda pirilampa buscar minha cesta orgânica semanal na fazenda da UC Davis, já antecipando as lavagens e tais. Nem lembrei que não tinha recebido naquele dia a mensagem que sempre recebo, contando um pouco sobre a semana na fazenda, o que está por vir, quem colheu o que com cuidado e carinho e a esperada lista dos produtos. Não lembrei também que já tinha recebido a mensagem do final do quarter de inverno e perspectivas para o quarter de primavera, com custos, calendário, eteceterá. Por causa do sambalelê em que minha vida se transformou nas últimas semanas, não lembrei de nada, fiz o que sempre faço automaticamente e como já fiz antes, cheguei na fazenda e encontrei tudo vazio. Elementar minha cara, a cesta está no spring break, junto com a massa de estudantes que simplesmente desapareceu do campus depois do estresse do exames finais. Minha vida segue mais ou menos o ritmo do sistema de quarters [trimestres] da universidade. Quando as aulas começam, me atrapalho manobrando a bicicleta no meio da horda de gente também bamboleando ou fazendo tolices em duas rodas, gente falando no celular, correndo, carregadas de livros, pratos ambulantes, milhares de copos gigantes cheios de café, fones de ouvido, laptops. Quando os estudantes têm um break, tudo muda. Minhas pedaladas na segunda-feira foram tranquilas, por um campus vazio, ouvindo apenas uma barulheira de passarinho, recebendo uma chuva de flores nos ombros, com as alergias borbulhantes, sol aquecendo a alma, doce aroma da nova estação. Que surpresas terei quando a cesta orgânica voltar, junto com os estudantes, no último dia de março?
as frô de pês
O panorama no quintal já está bem diferente de algumas semanas atrás, quando tirei essas fotos. O pé de nectarina e os dois pés de pêssegos que estavam floridíssimos, estão cheios de folhas verdes. Logo começam a aparecer as frutinhas. A expectativa é sempre grande, pois essas frutas são o algo mais do meu verão.
narcissus
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Uma flor linda e extremamente delicada, mas com um odor nauseabundo, muito pior do que o do jasmim...
as frô das bóbras
Como resistir à essas frôzinhas simpáticas? Lembro que minha mãe fazia essas flores empanadas e fritas, mas eu mesma nunca fiz. A sugestão da fazendeira que me vendeu foi recheá-las com queijo de cabra e fritá-las. Ela também disse que o Epicurious tem algumas boas receitas. Elas ainda estão na geladeira. Urgência se faz. Mais idéias serão muito bem-vindas.
flores do sábado para alegrar a terça
Terça-feira com cara de segunda, por causa do feriado de Labor Day, que pra mim passou em branco. Na expectativa de uma semana melhor. Pelo menos o calorão vai dar um tempo. Ufa!
já viu um pé de alcachofra?
clique & amplie |
Eu nunca tinha visto um, apesar de comer alcachofra desde que criança. Minha mãe fazia em ocasiões especiais, recheadas com pão e imersas no molho de tomate e eu amava raspar a "carninha" das folhinhas com os dentes. Quando vi o pé de alcachofra na horta da Alison, com algumas não-colhidas transformadas em lindas flores roxas, fiquei abismada. Que lindas, não? Nunca imaginei que elas pudessem florir.
yes, nós temos lavanda!
Durante alguns anos eu tive uma rotina de verão, quando eu ia colher lavanda lá no matagar dos Domes, secava as flores, debulhava e colocava em saquinhos, fazendo sachês deliciosos—que muita gente ganhou de presente. Hoje já não posso me dar ao luxo de fazer os sachês. Mas não seja por isso, pois a lavanda é abundante aqui na minha região e além das que eu tenho no quintal, que só crescem e crescem, posso comprar os ramos ou as flores secas ou mesmo os sachês já prontos, e lindos, no Farmers Market. Eu adoro, pois perfuma a casa. Essas, fresquinhas, estão perfumando o quarto de hóspedes, que vai ser ocupado na próxima sexta-feira.
California Poppies
As California poppies crescem como mato por todo canto por aqui—estão pelos canteiros, estradas, parques, jardins. Elas sao lindinhas e delicadas, abrem-se ao sol, e têm essa cor que as fazem facilmente reconhecíveis. Nunca colhi essas poppies, nem coloquei em vasos, porque elas não tem jeito que duram muito tempo depois de colhidas. E para fazer volume, tem que colher muitas. Não vale a pena. Mas porque estou falando dessa florzinha? Hm? É porque essa poppy, na sua simplicidade e delicadeza, foi a escolhida em 1903, para ser a flor simbolo da Califórnia. Sabe ser chique e importante, essa queridinha. Move over, orquideas!
*as poppies dessas fotos ficam ao lado da minha casa, num canteiro público bem comprido e renascem todo ano, com a chegada da primavera.
tempo de jasmim
Agora é a vez do jasmim. Meu quintal e meu jardim rescendem a flores! Não só pelo jasmim, mas pelas centenas de rosas, e pelas flores do limoeiro, que têm atraido um bocado de abelhas. Fica tudo lindo, se você olhar do lado de dentro da casa, através do vidro da porta. Além do incômodo das abelhas, o jasmim exala um cheiro que vai enjoando—eu pelo menos fico nauseada, e as rosas ficam cheias de pulgões, que eu combato com jatos de água quando tenho tempo. O jasmim tem vida curta, logo vai secar, cair, fazer aquela sujeirada ecológica e bye bye. As roseiras vão continuar produzindo rosas por muitos meses, com menos intensidade e menos pulgões, mas elas duram até novembro. Eu vou tirando proveito dessa beleza, fotografando e enchendo os vasinhos.
*as fotos são da porta dos fundos da minha casa de hóspedes, emoldurada pelo pé de jasmim mais bonito.
pão, leite, banana, alface, flores
Há um tempo que eu peguei o bom hábito de incluir flores na lista de compras. Vai alí no super? Traz umas flores. Aqui os supermercados já facilitam tudo, colocando as flores logo na entrada, pra ninguém poder dizer que não viu ou esqueceu. Eu compro as mais baratas, de $2,99 a 5,99, mas elas fazem uma diferença danada na casa, especialmente durante os meses frios quando o tempo não permite encher vasos. Hoje dei uma passadinha no Trader Joe's e vi todo mundo levando flores nos pacotes de compras, como eu. Trouxe comigo lindas gérberas laranjas.