feijão branco com espinafre

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Às vezes dou uma passadinha num fruit stand que fica no final de uma estradinha vicinal, antes de entrar na estrada principal. É uma venda muito popular, eles vendem de tudo e a maioria dos produtos são locais. Não vou lá frequentemente porque é meio fora de mão pra mim, mas sempre que vou saio com muitas coisas gostosas e diferentes. É lá que sempre encontro canary beans, também conhecido como feijão peruano ou mayocoba. É um tipo de feijão meio amarelado que não desmancha depois de cozido. Eu normalmente deixo qualquer feijão de molho em bastante água salgada [sim, é uma salmoura e funciona!] de um dia para o outro. Lavo os feijões numa peneira e troco a água, desta vez não coloco sal e levo ao fogo numa panela de barro. Quando a água ferver, deixo cozinhar por cinco minutos, desligo o fogo e tampo a panela. deixo descansar por uma hora. Depois disso pode coar o feijão ou temperar e deixar engrossar, conforme a ideia do dia. Neste dia eu quis fazer essa receita, que achemos absolutamente deliciosa. Comprei o espinafre num outro mercadinho mais próximo da minha casa, onde vou toda semana. Eles também trabalham com produtos locais e o espinafre era da horta deles, super fresquinho.

1 e 1/2 xícaras de feijão branco cozido
[usei o canary, mas pode ser qualquer um]
2 dentes de alho amassados
3 folhas de sálvia
6 colheres de sopa de azeite de oliva
Sal kosher
1/2 colher de chá de flocos de pimenta vermelha
2 maços de espinafre
1 colher de sopa de raspas de limão
2 colheres de sopa de suco de limão fresco

Cozinhe o feijão da sua maneira. Pode adicionar alho e folhas de sálvia na água do cozimento. Deixe esfriar. Numa outra panela ou frigideira aqueça 3 colheres de sopa de azeite. Adicione o alho, a pimenta vermelha, umas folhas de sálvia e refogue até o alho ficar ligeiramente dourado. Adicione o espinafre em partes, mexendo até as folhas murcharem totalmente. Tempere com sal. Usando uma escumadeira transfira o feijão para a frigideira com o espinafre e refogue, mexendo suavemente com uma colher de pau, até que os feijões fiquem aquecidos. Adicione as raspas e o suco de limão, 1/4 xícara de líquido de cozimento do feijão e misture. Adicione mais sal, se precisar. Transfira para uma travessa, regue com azeite e sirva com fatias grossas de pão tostados numa frigideira.

lentilhas & cenouras no azeite

lentilhas-cenoura

Acumulei muitas cenouras durante o último inverno. E elas continuam chegando pontualmente toda semana na minha cesta orgânica. São da cor da laranja, roxas e amarelas. Com um tanto das amarelas fiz essa adaptação de uma receita turca e servi como prato principal em duas refeições.

1 xícara de lentilhas [usei as puy green]
3 xícaras de água
1/4 xícara de azeite de oliva extra-virgem
1 cebola picada
1 colher de chá de sementes de coentro
4 dentes de alho picados
600 gr de cenouras, descascadas e cortadas em rodelas
1 colher de sopa de extrato de tomate dissolvido em 1/2 xícara de água [*adicionei também 1 colher sopa de harissa]
1 colher de chá de açúcar
1/2 xícara de folhas de hortelã fresco picadas
Sal a gosto

Numa panela coloque as lentilhas lavadas e escorridas e as 3 xícaras de água e deixe ferver. Reduza o fogo, tampe e cozinhe por 15 minutos. Coar as lentilhas usando uma peneira sobre uma tigela. Reserve o liquido.

Aqueça o azeite em fogo médio em uma panela robusta. Adicione a cebola picada e as sementes de coentro. Cozinhe, mexendo sempre, até a cebola ficar macia, cerca de uns cinco minutos. Adicione o alho e cenoura e sal a gosto. Cozinhe mexendo durante dois a três minutos, até que as cenouras comecem a amolecer. Junte o extrato de tomate dissolvido na água [e a harissa se quiser], o açúcar e as lentilhas cozidas e coadas. Adicionar a água do cozimento das lentilhas, sal a gosto e metade das folhas de hortelã. Deixe cozinhar desem tampa por uns 15 minutos, ou até que grande parte do líquido tenha evaporado. Retire do fogo, deixe esfriar, decore com o hortelã restante e sirva. Esse prato também é delicioso servido à temperatura ambiente.

sopa de feijão branco

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Essa foi mais uma receita inventada. E nem foi por pimponice ou porque sou boa fazendo isso, mas por pura necessidade. Passamos a manhã de sábado fazendo compras e queríamos pegar uma sessão de cinema vespertina, portanto eu não quis perder muito tempo na cozinha. Já tinha o feijão branco cozido—que eu sempre deixo de molho por 24 horas e depois só cozinho rapidamente numa panela de terracota com bastante água e duas folhas de louro. Depois é só bater o feijão e a água no liquidificador e passar pela peneira. Refogar uns dois dentes de alho no azeite e jogar na sopa. Temperar com sal e pimenta do reino moída na hora e deixar ferver e engrossar um pouco. Enquanto isso refogar um radicchio cortado em fatias no azeite. Quando as folhas estiverem bem murchas e não estiver mais formando água, pingar um pouco de vinagre balsãmico. E uma pitada de sal. No mini processador ou pilão colocar um punhado de azeitonas pretas sem caroço e folhinhas de salsinha fresca. Juntar um fio de azeite e transformar numa pasta. Servir a sopa com uma porção do radicchio refogado e uma colherzinha da pasta de azeitona. Torradas para acompanhar, se quiser. Eu quis.

feijão branco com abóbora

Inspirada neste post sobre a abóbora no Come-se da Neide Rigo, fui dar cabo da primeira butternut squash que chegou na cesta orgânica neste inicio de outono. Quis também usar uns feijões brancos que estavam na minha despensa. Procuro não deixar os feijões guardados por muito tempo, feijao-abobora_3S.jpgpois acho que feijão velho não cozinha muito bem. Deixei os feijões de molho de um dia para o outro, troquei a água e cozinhei em fogo baixo numa panela de terracotta com um raminho de alecrim dentro. Faço feijão sempre assim, deixando de molho antes e cozinhando na panela de terracotta. Tem uns que ficam macios com apenas trinta minutos de fogo. Não precisa de panela de pressão. Geralmente cozinho num dia para usar no outro, não tenho pressa. Pode colocar na água de cozimento, um raminho de alecrim, ou folhinhas de sálvia, ou uma folha de louro, ou um raminho de tomilho, ou um dente de alho, se quiser acrescentar um sabor extra ao feijão.

Com o feijão já cozido, refogue umas fatias de bacon [da melhor qualidade, s'il vous plaît—eu uso os do Niman Ranch] numa panela de ferro ou outra similar, mas bem robusta. Quando o bacon fritar, jogue cubinhos de abóbora [usei a butternut squash] e refogue até ficarem cozidas. Jogue então o feijão já cozido e tempere com sal e pimenta do reino moída na hora. Deixa cozinhar até o caldo engrossar, não deixe secar muito. Sirva.

cranberry beans

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estão de molho

rice bean

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o nome do feijão é arroz

um & dois

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pra fazer feijão com arroz

salada de feijão e atum

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Neste preciso momento da minha vida, meu mantra tem sido um suspiro seguido da frase—que cansaço! Portanto minhas peripécias na cozinha não têm sido muito ousadas. Um jantar foi somente essa salada de feijão Spana [conhecido também por Butter beans] que tinha sido cozido na noite anterior na panela de terracota [onde eu sempre cozinho meus feijões] e temperados um pouco antes de servir com flor de sal, vinagre de vinho branco, bastante [bastante mesmo!] azeite, um punhado generoso de ciboulettes picadinhas, outro punhado generoso de salsinha picadinha, algumas azeitonas pretas descaroçadas e uma lata do melhor atum preservado em azeite que seu dinheiro puder comprar. Misturar bem e servir com fatias de pão francês.

white rice beans

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estão de molho

migas com verdura e feijão

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Comi um prato de migas com verdura e feijão na casa da sogra da minha irmã em Portugal e fiquei encantada. Quando a Elvira publicou a sua receita de migas de broa com grelos e feijão frade, marquei para fazer, tentando repetir a experiência que tive por lá. Como a Elvira explica, as migas são um prato de acompanhamento. Pra mim não tem problema nenhum transformá-las no centro da refeição. Adaptei alguns ingredientes e talvez por isso não tenha ficado idêntico ao prato que comi lá na Dona Rosa. Mas ficou muito gostoso mesmo assim. Vou tentar ainda uma próxima vez, usando uma verdura mais macia e um pão com textura mais parecida com a broa de milho, que esfarela, ao contrário do pão rústico que eu usei e que permaneceu intacto. Os grelos eu substituí pelas folhas de dino kale, também conhecida por cavolo nero, que são folhas verde escuríssimas e bem mais robustas que outros tipos de verdura.

Tortilla catalã [com feijão e alho verde]

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Os ramos de alho verde continuam chegando, por isso marquei essa receita logo assim que vi—Catalan-style white bean and green garlic tortilla, ou truita de mongetes i all tendre. Achei bacanérrimo trocar a batata pelo feijão branco, e ainda ter o alho verde de gaiato. Mudei um pouco a quantidade, usando o dobro de ovos. Deu certinho. Eu virei a tortilla como pede a receita, mas não me arrisquei fazendo o flip. Usei a técnica do prato, que aprendi com a minha mãe há muitos anos. Vira a tortilla num prato, depois volta do prato para a frigideira para cozinhar o outro lado. Faça a virada no prato com cuidado, pois a tortilla vai estar quentíssima e com um lado ainda meio mole. Mas se preferir vá vem frente e faça o flip!

O resultado desse prato foi realmente surpreendente. O feijão branco dá uma textura interessante e o alho se incumbe do tempero. Se não tiver alho verde use alho comum, ou melhor ainda, use cebolinha, a parte branca e a verde.

2 xícaras de feijão branco cozido e escorrido
2 - 4 colheres de sopa de azeite
3/4 xícara de alho verde picadinho
Sal a gosto
Pimenta moída na hora a gosto
4 ovos grandes batidos

Refogue o alho no azeite até ficar macio. Acrescente o feijão e desligue o fogo. Espere esfriar um minuto e misture aos ovos batidos com sal. Mexa bem e volte à frigideira. Deixe fritar de um lado, vire, deixe fritar do outro e sirva, quente ou frio.

mais feijão

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Feijão é uma delicia! Eu gosto de todos os tipos, servidos em pratos frios ou quentes, temperados de todas as maneiras, mas até sem tempero o feijão é gostoso, carnudo e substancioso. Eu gosto especialmente de cozinhar os feijões e servir de maneira simples, ainda quente, como se fosse uma salada.

Para essa receita eu usei os cranberry beans, que deixei de molho na água de um dia para o outro. Cozinhei na panela de terracota em fogo baixo por mais ou menos uma hora. Os grãos devem ficar tenros, mas não podem desmanchar. Removi os grãos da panela com uma escumadeira e temperei com sal, pimenta do reino moída, um pingo de vinagre de laranja, bastante azeite e ervas frescas. Gosto da salsinha fresca no feijão, mas como só tinha coentro, foi coentro mesmo, que eu também adoro.

Você pode cozinhar o feijão com um raminho de sálvia, ou um raminho de alecrim, ou folhas de louro. Também pode jogar lá na água uns dentes de alho. Só não pode colocar sal. Depois de cozido os feijões podem ser temperados com qualquer outro tipo de erva fresca ou seca. Feijões são gentis e dóceis, além de naturalmente ultra-saborosos.

chili con naranja

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A Alison me deu a dica de uma receita do livo Joy of Cooking—Caribbean chili. Fiquei tri-animada com a idéia de um feijão temperado com citrus, mas comecei meio com o pé esquerdo, pois já sabia que não tinha alguns ingredientes, como a laranja ou o coentro. Mas mal sabia eu que a situação iria evoluiur para a ausência total de receita. Com meus poderosos óculos, curvada na bancada da pia, com a luz mais forte iluminando o livro, i-swear-to-god, procurei naquele índice micro-minúsculo por chili, por feijão, por feijão preto, por tudo que pudesse me indicar o caminho da verdade, mas não achei necas de pitibiriba.

Então resolvi fazer o chili com uma receita da minha cachola mesmo. Refoguei cebola picadinha no azeite, joguei o feijão flor de mayo já cozido com o caldo, mais um pouco de caldo de legumes. Piquei um tanto de gomos de tangerina [teria que ser laranja, mas], raspei cascas de uma laranja vermelha e um limão, mais o suco do limão, chili pepper em pó, cominho em pó e um pouco de noz moscada ralada na hora. Cozinhou até dizer chega. Acertei o sal, jogue salsinha picada [era melhor coentro]. Servi quentíssimo com um triangulo de corn bread. Comi demais—coisa que eu detesto fazer à noite.

O corn bread tirei do Joy of Cooking, já que estava com eles abertos [chequei a edição velha e a nova, atrás do tal chili]. Também não tinha uns ingredientes pra essa receita, mas nessa altura do campeonato nada mais importava, pois eu já estava irada e pronta pra rodar uma baiana e desafiar o Mario Batali no Iron Chef America.

skillet corn bread

Pré-aqueça o forno em 400ºF/205ºC. Unte uma frigideira grossa de ferro [skillet] com manteiga. Numa vasilha misture:

1 1/4 xícaras de cornmeal amarela * eu não tinha, usei a azul
3/4 xícara de farinha de trigo *o rato furou o saco, usei uma integral
2 1/2 colheres de chá de fermento em pó
2 colheres de sopa de açúcar *pode pôr até 4 se gostar mais doce
3/4 colher de chá de sal

Adicione então:
2 ovos batidos
2 ou 3 colheres de sopa de manteiga derretida, gordura de bacon ou óleo vegetal * usei 2 colheres de óleo vegetal
1 xícara de leite

Misture bem, eu joguei um pouco de queijo ralado, coloque na frigideira e ponha no forno. Asse por uns 20 minutos, até que a massa esteja firme como um bolo.

feijão cozido na terracotta

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Os dez mandamentos do feijão

*também parte do pacote do The Bean Experiment.

1. Coma bastante feijão, de diferentes tipos.

2. Remova objetos estranhos dos feijões—pedras, galhinhos, folhas, grãos quebrados, murchos, furados ou descoloridos. Só os bonitos e inteiros devem ir para a panela.

3. Seja precavido. Planeje suas refeições para poder calcular o tempo que os feijões devem ficar de molho. Os feijões mais duros precisam ficar de molho por 12 horas, outros não tão duros, apenas por 4 horas e os feijões molinhos não precisam de imersão. Deixar os feijões de molho faz com que eles revivam. Eles começam a crescer e aumentam também o seu valor nutricional. Deixar de molho também ajuda a reduzir o tempo de cozimento e faz os feijões ficarem mais fáceis para digerir, causando menos gases.

4. Use água pura para deixar os feijões de molho. Não use água pesada, pois o cálcio destrói os valores nuticionais do feijão.

5. Não coloque nenhum tipo de ingrediente ácido—chili sauce, catchup, sumo de limão ou vinagre, na água em que os feijões vão ficar de molho. Esse ácido sela os feijões, não deixando a água penetrar e fazendo com que eles não cozinhem apropriadamente.

6. Não use bicarbonato de sódio para deixar de molho, nem para cozinhar os feijões, pois ele faz os grãos perderem seus minerais naturais.

7. Não jogue a água do molho fora. Use para cozinhar o feijão, pois na água ficaram muitos minerais dos feijões.

8. Cozinhe os feijões com tempo apropriado para cada variedade—os mais velhos precisam cozinhar mais tempo e os mais novos menos. Em média eles geralmente precisam de 30 minutos a 2 horas de cozimento. Enquanto os feijões cozinham, pode-se adicionar na panela folhas de louro, salsão, alho, cebola, caldo de legumes, salsinha, mostarda, pimenta. Mas NÃO adicione sal ou melado. Para checar se os grãos estão cozidos, pressione um contra o dente e o céu da boca com a língua.

9. Se estiver com pressa use a panela de pressão.

10. Somente depois que os feijões estiverem cozidos é que pode-se adicionar sal, temperos com sal ou melado.

Flor de Mayo beans

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* outra leva de feijões, parte do the bean experiment.

christmas lima beans cassoulet

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Estava muito animada para usar aqueles gigantes christmas lima beans que li terem um delicioso nutty flavor. Optei por usá-los num cassoulet, que é uma maneira muito boa de fazer feijão em dias frios.

Cozinhei o feijão em água no dia anterior. Fritei algumas fatias do melhor bacon numa panela grande de ferro. Mascerei no pilão alguns dentes de alho com sal grosso e um pedacinho daquela pimentinha vermelha demoníaca. Juntei essa massa de alho ao bacon já frito. Juntei também um punhado de cebolinha verde picada [ainda tenho um surplus] e refoguei por uns minutos, Juntei o feijão com a água do cozimento. Tampei de deixei cozinhando em fogo baixo. No meio do tempo juntei umas conchas de caldo de galinha caseiro e duas linguiças de frango fresquíssimas que comprei no meat lab da UC Davis. Retampei e deixei cozinhar até o caldo ficar grosso. Servi com um arroz cozido com salsinha picada. Os feijões se mantém inteiros e são bem carnudos, com um sabor bem interessante.

sopa de feijão branco com berinjela

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Num comentário sobre uma das minhas sopas, a Valéria mencionou uma receita do Jamie Oliver de sopa de berinjela com feijão branco. Fiquei realmente entusiasmada com essa mistura, sem falar que ainda tinha umas berinjês pra gastar, frutos dos últimos suspiros do verão. Ela me passou a receita e eu fiz. Foi um sucesso com o fanzoco das berinjelas, que repetiu dois pratos. Eu também gostei muito da mistura dos dois legumes. Dei umas modificadas na maneira de fazer, mas mantive os ingredientes. Assei as berinjelinhas [usei 4 bem pequenas] no dia anterior. Usei feijão em lata, porque tem dias que simplesmente não dá tempo de cozinhar feijão. Usei os butter beans, uns feijões grandões. E inverti a maneira de fazer—primeiro passei os feijões e a polpa assada das berinjelas no food mill, depois acrescentei caldo de legumes caseiro. Refoguei bastante cebolinhas, a parte branca e a verde e joguei o caldo lá. Não usei alho nem cebola, mas usei a páprica doce e a cayenne seca. Servi com uma bolota de creme fraiche.

A receita, como a Valéria me enviou:

sopa de feijão branco com berinjela

2 berinjelas
2 xícaras de feijão branco (eu meço as duas xícaras quando tiro o feijão do pacote, ainda seco, antes de cozinhar)
1 litro de caldo de legumes ou galinha
1 tantinho de chillie seco picado, sem as sementes (tem que ser um tantinho mesmo porque, na primeira vez em que fiz, usei uma pimenta inteira, como mandava a receita, e quase morri afogada na primeira colherada de sopa)
azeite
cebola
alho
cebolinha
outros temperos que você gostar - eu ponho uma pitada de páprica doce e uma de páprica picante em tudo que eu faço, seguindo os conselhos de uma velha amiga da minha mãe, que dizia que é a melhor maneira de prender o marido pelo estômago (ela ficou casada mais de 50 anos... rsrsrs...)

Asse as berinjelas em forno alto por uns 40 minutos, até ficarem bem chamuscadas. Quando esfriarem um pouquinho, raspe toda a carninha de dentro delas e reserve. Eu tiro um pouco das sementes, porque tenho uma certa aflição, mas não precisa. Cozinhe os feijões na panela de pressão por uns 20 minutos. Eu uso a água do cozimento para fazer o caldo de legumes. Refogue os feijões e a massa de berinjela no azeite com os temperos. Acrescente o caldo, bata tudo no liquidificador e pronto! A receita original manda colocar um pouquinho de ricota esfarelada por cima na hora de servir, mas acho que qualquer queijo ou uma colherada de creme azedo servem.

salada de feijão & tomate

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Vi essa receira na MSLiving de junho de 2007. Ela é uma versão simplificada desta salada que eu peguei na Elise no ano passado e que foi um estouro, primero lugar absoluto na parada dos sucessos culinários. Essa tem menos ingredientes, mas mantém o básico feijão-tomate-azeite aromatizado com alho. Também ficou muito boa e foi o meu almoço, acompanhada de torradas de pão francês feitas na frigideira de ferro.

Duas latas de feijão branco cannellini
*usei uma lata de butter beans ou fagioli bianchi de spagna
250 gr de tomate roma cortados em cubinhos
*usei os cerejas, pois estou com uma colheita abundante na minha horta
1/2 xícara de folhas frescas de manjericão
Sal grosso e pimenta moída na hora a gosto
1/4 xícara de azeite
3 dentes de alho pequenos amassados

Frite o alho no azeite, deixe esfriar um pouco e jogue sobre a salada que já deve estar misturada numa vasilha. Mexa bem e deixe descansar por 30 minutos, para os sabores se incorporarem bem.

feijão na terracotta

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Adquiri esse lindo pote de terracotta italiana e fiz a receita de feijão toscano nela. Fiz com feijões brancos—cannellini, nem deixei de molho, só coloquei água, uns dentes de alho e um ramo de sálvia. Cozinhou lenta e lindamente, sem desmanchar. Virou uma salada, misturado com bastante salsinha e manjericão picados e temperado com bastante azeite, sal marinho, pimenta do reino e um vinagre balsâmico com amora e baunilha que comprei no Farmers Market, junto com o de kiwi, e que também valeu cada pataca investida nele!

cenoura.. ouch.. feijão...

Eu planejava um jantar um pouquinho diferente. Fui interrompida por um cortão no dedo e precisei chamar o marido, que veio galopante—hm, quase. Terminamos tudo daquele jeito, eu dizendo faça isso, faça aquilo e bufando, porque ele fazia tudo atrapalhado. No final o jantar vingou e até que ficou bom.

Vi a receita Carrots in Vermouth no blog Accidental Hedonist e fiz um pouco diferente. Refoguei as cenouras cortadas em palitos num pouquinho de óleo. Quando elas começaram a dourar, joguei uma dose de whiskey, mexi bem, desliguei o fogo, coloquei sal e pimenta moída e salpiquei com salsinha fresca. Não deixei cozinhar mais, porque queria manter a crocância natural da cenoura. Nem preciso dizer que eu A-D-O-R-O usar bebida álcoolica em receitas. ADORO mesmo! Se a receita tem bebida, já vai pra minha lista.

A outra receita tirei do livro The New Vegetarian Epicure - Tuscan White Beans with Garlic and Sage. É simplérrima. Coloquei umas 400gr feijão branco de molho de manhã cedo. À noite, coloquei pra cozinhar com água, folhas frescas de sálvia, um dente de alho e uma colher de sopa de azeite. Cozinhou, cozinhou, em fogo baixo e com a panela tampada. Os feijões devem ficar macios, mas inteiros. Adicione sal. Transfira o feijão e o caldo que deve ficar grosso para uma travessa. Tempere com mais azeite e com pimenta moída. Nós comemos quente, mas esses feijões podem ser comidos frios, em saladas ou antipasti.

feijões, feijões

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Anasazi e Cranberry [Borlotti]

fagioli toscano

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Comigo acontece assim: eu leio uma receita, muitas vezes sem ilustração e fico encantada! Pode ser pela maneira de preparar ou pelos ingredientes, ou até talvez pela inovação ou pela simplicidade. E foi isso que aconteceu com essa receita de feijões toscanos, quando eu lia distraidamente o Is There A Nutmeg In The House?, da Elizabeth David. Fui fisgada e já marquei a receita com um post-it roxo, trouxe o livro para a cozinha e me preparei para fazê-la.

A receita chama-se Fagioli alla fagiolara toscana porque é feito numa jarra especial, onde se cozinha os feijões. Procurei imagens dessa jarra, mas não achei. Fiquei extremamente curiosa. Os feijões indicados pela David são os brancos—haricots, cannellini ou pink borlotti. Mas eu queria usar um feijão norueguês que comprei no final do ano passado, bem interessante de uma cor marrom completamente incomum. Mandei bala com o feijão escuro mesmo. E na falta da jarra toscana, fiz na panela de ferro.

Deixei uma xícara dos feijões de molho durante a noite. No dia seguinte, coloquei na panela os feijões com mais água, um ramo de sálvia, um talo de salsão, meia cebola e dois dentes de alho. Cozinhei em fogo baixo até os feijões ficarem bem molinhos. Salguei e deixei descansar. Na hora de servir fervi mais um pouco, tirei o salsão, sálvia e cebola [o alho derreteu] e escorri o feijão com uma escumadeira. Coloquei numa vasilha funda, temperei com bastante pimenta do reino moída na hora, com bastante azeite, umas gotas de vinagre de vinho e salpiquei com cebola em fatias fininhas - usei a roxa, mas a David recomenda qualquer cebola suave. Esse prato pode ser comido quente ou frio, com a colher e fatias de pão frito no azeite e alho [eu omiti o alho, vocês sabem..].

Eu devorei um potão, sozinha, com uma taça de vinho tinto. Ninguém viu, tá limpo!

Chili - sem carne

Para o domingo eu quis preparar coisas diferentes. Já tinha decidido fazer um chili, desde o dia daquele concurso. Coloquei o feijão para cozinhar na panela elétrica no sábado. Ficou muitas e muitas horas cozinhando. Usei uma variedade de feijão chamada “brown rice beans”, de sabor bem delicado. Consultei não sei quantos livros pra me inspirar pra fazer esse chili, no final usei como base uma receita do Moosewood Restaurant Celebrates. No domingo de manhã piquei em quadradinhos uma boa quantia de apple bacon e joguei numa panela funda. Deixei fritar bem. Quando o bacon estava bem fritinho, joguei meia cebola pequena picada e um talo de aipo picado. Refoguei. Juntei um pimentão vermelho picadinho e duas metades da pimenta cayenne –uma amarela, outra laranja. Usei luvas para abrir e retirar as sementes e membranas – não queria um sabor muito picante – essas pimentas me dão medo, pois não estou acostumada a usá-las para cozinhar. Refoguei mais um pouquinho e acrescentei o feijão cozido com o caldo. Salguei. Deixei ferver, juntei cominho em pó a gosto e três tabletes de chocolate amargo – não me perguntem o por que do chocolate, estava na receita e parece ser uma tradição mexicana colocar chocolate em comida salgada. Acrescentei as raspas e o suco de um limão verde grande. Deixei cozinhando em fogo baixo com a panela meio tampada por umas duas ou três horas. No final acrescentei bastante coentro fresco picado.

Servi com uma simples salada verde de rúcula e pepino japonês, com o bolo salgado de milho e comi com gula e gosto! Só achamos que eu fui exageradamente cuidadosa com a pimenta e quase não sentimos o picante da cayenne. Da próxima vez vou pôr um pouco mais e talvez até umas sementes.

um concurso de chili

Ontem tivemos duas festas para ir. Uma foi um Chili Cookoff with Bluegrass, na casa de um professor da UC Davis. Ele é o guitarrista da banda de bluegrass que tocou durante a festa. Mas o evento - além do encontro de amigos - era um concurso de chili. Os contestantes teriam que levar uma receita especial que seria provada e votada, a mais criativa, a mais saborosa, a mais apimentada! Haveriam prêmios. Nós ficamos para ouvir o bluegrass, que eu adoro. Provei dois dos chilis também. Eu não sou muito fanzoca dessa comida, mas conversei com o autor de uma das receitas e achei que ele foi muito inovador usando limão e laranja nos temperos. Perguntei se a receita era dele, e ele respondeu - que nada, eu sou um tipo de cozinheiro do Joy [of Cooking]. Ele usou uma receita básica do livro Joy of Cooking, e acrescentou o toque pessoal. Era um chili vegetariano. Hoje fui correndo procurar a receita!

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A banda Chicken Tractor tocou no evento do chili. Essa foto é de uma outra festa, pois ontem eu não levei a minha câmera. Eles ainda têm um baixista e um bandolinista.

A receita básica de Chili con Carne do Joy of Cooking:

Derreta 2 ou 3 colheres de sopa de gordura de bacon ou manteiga. Acrescente 1/2 xícara de cebola picada e/ ou 1/2 dente de alho picado. Refogue. Adicione 1 quilo de carne moiída [vaca ou carneiro]. Refogue até a carne ficar cozida. Adicione 1 1/2 xícara de tomates em lata, 4 xícaras de feijão cozido - Kidney é o mais comum, mas qualquer feijão funciona - no cookoff de ontem, uma das receitas levava feijão branco, 3/4 colher de chá de sal, 1/2 folha de louro, 1 colher de chá de açücar, 1/4 xícara de vinho tinto sêco, 2 colheres de chá ou de sopa - conforme a resistência e o gosto - de pimenta em pó - chili powder - aqui também o céu é o limite, pois o chili powder pode [e deve] ser substituído por pimenta fresca, as jalapeños, por exemplo. Cubra e cozinhe por no mínimo uma hora. Quando mais cozinhar, mais grosso e saboroso o chili vai ficar. Pode preparar um dia antes. Servir com tortilas ou pão de milho, sour cream, queijo amarelo ralado, azeitonas pretas picadas, coentro, cebola picada.

Muitos contestantes trouxeram o seu chili na panela elétrica - slow cooker. Alguns tinham carne, outros eram vegetarianos - que que fez muito o meu gosto! O chili do rapaz que usou essa receita básica do Joy of Cooking não tinha carne e ele temperou com o suco e as raspas de uma laranja e um limão. Usou as jalapeño peppers. Ficou bem picante, mas com um sabor de cítricos acentuado que eu gostei muito!

salada de feijão branco com tomate cereja

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Eu adoro as receitas da Elise, assim, como as suas dicas de compras, das quais já segui algumas. Ela bloga de Sacramento e tem sempre receitas facílimas. Quando eu vi essa salada de feijão branco com tomate cereja, não fiquei muito entusiasmada, pois não vi ali nada de especial. Mas quando li a maneira de preparar o molho, fui fisgada. Fiz tudo "from scratch", cozinhando os feijões secos especialmente para a receita.

Eu não usei o aliche, e fiz sem medida. Ficou simplesmente uma delícia. O azeite infuso com alho frito o e alecrim deu um troque especialíssimo, e a mistura do feijão com o tomate foi bem surpreendente.

Para a salada:
1 xícara de feijão branco de grão pequeno, canelli ou similar, já cozidos
1 xícara de tomates cerejas cortados ao meio
Bastante salsinha picada

Para o molho:
Azeite extra-virgem
1 dente de alho descascado e amassado com a lâmina da faca
1 galhinho de alecrim fresco
3 filés de aliche [eu não usei]
1/4 xícara de queijo parmesão ralado na hora
Sal kosher
Pimenta do reino moída na hora
Raspas de 1 limão amarelo
Suco de 1 limão amarelo

Coloque o alho e o alecrim numa panelinha com o azeite e leve ao fogo até começar a fritar. Tire a panela do fogo e deixe esfriar e pegar gosto por 20 minutos.

Remova o alho e o alecrim do azeite. Jogue fora o alecrim. Coloque o alho num processador ou pilão, adicione o aliche, o queijo, sal, pimenta, raspas e suco de limão e misture bem.

Numa saladeira coloque os feijões cozidos e tempere com o molho. Deixe absorver por alguns minutos, então acrescente os tomates, a salsinha e o azeite.




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