costelinha de porco com angu

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É fato que os blogs são o palco iluminado onde exibimos nossas lindamente fotografadas e caprichadamente descritas experiências culinárias. E é fato que os twitters são os bastidores, onde se comenta o antes e durante, as idéias, a execução e os detalhes, nem sempre lindos e brilhantes, quase sempre ilustradas com fotos de celular, sem tanto glamour, mas com o fator do aqui e agora, tudo acontece naquele momento, sem edição, sem brilhantismo e [quase] sem censura. Adoro observar o desenvolvimento de um post para um blog através de um twitter. Geralmente isso também acontece comigo, se bem que muitos dos meus twits nunca acabam no blog. Mas a sensação é basicamente essa—palco versus bastidores.

Foi assim que vi o desenrolar da produção da receita da costelinha com polenta da Maria Rê, que se iniciou informalmente no twitter e terminou brilhantemente bem acabada no blog. Como não ficar com as bichas, participando de todo o processo de execução de uma receita tentadora? Impossível! Portanto, acabei tendo que fazer também a minha versão.

Comprei as costelinhas de porco [baby back ribs] no Farmers Market, de um criador que não maltrata, tortura ou entucha os animais de antibióticos e tranqueiras do gênero. Pedi quantidade para duas pessoas com sobras e ele me deu duas peças. Temperei com suco e raspas de dois limões, três dentes de alho cortados em lâminas finas, 1 pimentinha vermelha seca picada, 2 colheres de sopa de mel e sal defumado. Deixei marinando durante a noite. No dia seguinte, bem cedinho, coloquei as duas peças de costela com a parte do osso virada para cima, em cima de uma grade, em cima de uma assadeira forrada com papel aluminio e coloquei em forno baixo a 200ºF/ 94ºC por três horas. Depois de três horas, subi a temperatura do forno para 350ºF/ 176ºC e assei as costelas por mais duas horas.

Para servir, queria preparar uma polenta molinha, mas na hora H não achei a farinha de polenta nos meus armários, que eu tinha certeza que ainda tinha. Muita raiva de mim mesma, mas desistir jamais. Fiz então um angu—ou o que eu chamei de angu, pois não sei se já comi, fiz ou sei exatamente o que é um angu. Mas fui na definição da palavra: massa espessa, geralmente feita de farinha de milho. Usei cornmeal moído em granulação média. Numa panela coloquei 4 xícaras de caldo de legumes, temperei com sal e um fio de azeite. Levei ao fogo e quando o liquido ferveu, adicionei 1 1/2 xícara de cornmeal e mexi, mexi, mexi com um batedor de arame, até a mistura engrossar e cozinhar. Servi o angu com as costelinhas, que depois de 5 horas de forno estavam se desfazendo.

Comentários

Na foto o angu ficou parecendo o que aqui no Rio a gente chama de canjiquinha! Mas a canjiquinha na verdade é milho mesmo, beeeem quebradinho.

Eu AMEI a idéia. Tenho uma peça de costelinhas no freezer e vou aproveitá-las pra testar a combinação.

Beijo!

Eita, Fer. Agora fiquei com vontade da sua.
Essa polenta/angu pedaçudinha e esse queimadinho nas pontas provocaram meu estômago...
É o ciclo das bichas que nunca se acaba. ;-)
beijos!

Fezíssima!

Combinar porquinho com cornmeal é memory food total porque essa era uma das comidinhas muito da delícia que minha vó materna fazia...
e agora, a pergunta que não quer calar:
O que eu faço com as MINHAS BICHAS AQUI???

Beijukkka kerida e cheiro nos felinos!

Deu água na boca! Mas não entendi pq vc chamou a papa de milho que vc fez de angu e não polenta. Para mim tem mais cara de polenta mesmo... O legítimo angu mineiro não leva tempero algum - é agua e fubá. Ponto final. Mas acho que o angu paulista leva tempero... o que faz sentido já que a culinária paulista tem mais influência italiana...

Desculpe, mas dei muita risada com "nao achei, mas tinha certeza que ainda tinha"

se eu tivesse um dolar cada vez que isso me acontecesse.... seria milionaria!

:-)

(as costelinhas deram agua na boca....)

Fer, combinação perfeita. Costelinha é bom demais, esse queimadinho, não ha quem resista!! Um super beijo.

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