we don't speak no mexicano

A novidade saiu até no jornal da cidade—a abertura de uma lojinha de produtos indianos na Main Street de Woodland. Fui correndo conferir, porque geralmente nesses mercadinhos étnicos se acha muita coisa legal. Como eu normalmente vou no mercadinho indiano de Davis, a possibilidade de ter uma opção na cidade onde moro me pareceu perfeito. A loja fica num quadradinho minúsculo num daqueles strip malls que têm varias salas num formado de "U" com um bloco extra no centro. O dono da loja, Um indiano muito bem apessoado, estava lá ouvindo hits indus num equipamento super high tech. Assim que adentrei o micro espaço percebi que estava numa enrascada. Iria ser difícil sair dali sem comprar nada. Mas foi um pouquinho pior.

Em questão de um minuto o moço já estava no meu calcanhar, me mostrando todos os produtos [todos NUMBER ONE!] indianos e alguns chineses [uma coleção de peixe em lata] que ele herdou do proprietário anterior, que era chinês. Pra tudo ele tinha um comentário elogioso, além do fato de tudo que ele oferecia ser NUMBER ONE, melhor qualidade e barato. Me mostrou garrafas de ghee [tomo uma colher por dia!], as variedades de lentilhas [bom pra gente da nossa idade!], os feijões [esse verde é o melhor, você tem que dar pro seu marido todos os dias!] as farinhas de grão de bico [e me deu receita de um pudim] e os temperos [melhor curry! você usa curry?] e os pickles, chutneys, salagadinhos de ervilha, amendoim e pimenta, caixas com misturas para fazer todo tipo de comida indiana, eteceterá. Fui pegando uma coisa aqui, outra lá, nem sabendo se iria mesmo usar, apenas convencida pelo entusiasmo dele.

indiano—você prepara receitas indianas?
eu—na verdade eu não cozinho nada indiano.
indiano—o que você cozinha então? mexicano?
eu—também não. eu sou brasileira.
indiano—ah, brasileira! você fala mexicano então?
eu—não. eu falo português. nem os mexicanos falam mexicano. hahaha!
indiano—ah, e esse português é um dialeto mexicano?
eu—acho que não é! [mas posso estar enganada, né?]
indiano—se você não cozinha mexicano, cozinha o que?
eu—faço muita comida italiana.
indiano—ah, italiano! vem cá então...
[me leva até o freezer e me mostra pacotes com pão Naan congelado]
indiano—olha, muito parecido com comida italiana, igual pizza!
eu—ah, sim, IGUALZINHO [numa outra dimensão]
indiano—obrigado. volte sempre!
eu—com certeza! [não voltarei!]
indiano—e avise seus amigos!
eu—pode deixar! [que não avisarei ninguém!]

Shed — Healdsburg

Coincidentemente eu já tinha planejado uma visita à vinícola Quivira nos arredores de Healdsburg naquele final de semana, quando vi uma menção ao Shed na revista Sunset. Foi super providencial, pois decidi que ali seria o nosso lugar de almoçar para não irmos bebericar vinhos de estomago vazio. O que me chamou a atenção no pequeno paragrafo publicado na revista foi o fato do lugar ter um shrub bar. Me entusiasmei ainda mais quando olhei o website deles. Mas só consegui entender o conceito do Shed quando cheguei lá e entrei no prédio, que parece uma mistura de hangar de avião com um celeiro. O lugar é bem pequeno mas é praticamente um parque de diversões pra foodies. Tem tanta coisa pra se olhar, num ambiente absolutamente impecável e altamente fotogênico, que tenho certeza que daria para passar um dia inteiro lá dentro, só comendo e bebendo coisas gostosas, olhando coisas bonitas, fazendo comprinhas e até participando num evento no andar de cima.

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Como chegamos famintos, entramos e fomos direto pedir comida e bebida, eu de olho nas bebidas de vinagre—os shrubs, é claro. Eu pedi um prato de mezze e shrub de pera, o Uriel pediu macarrão com berinjela e o Gabriel e a Sarah pediram uma pizza cada um. Bebemos vinho rosé produzido no local, os vinagres e o kombucha. Eles também oferecem cerveja artesanal feita lá, mas não provamos. Adoramos o sorvete deles e o sabor mais comentado e apreciado foi o de mel com manjericão. Me arrependi de não ter comprado mais coisas de comer e beber, principalmente a bebida fermentada de chocolate que parecia muito boa.

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Bom, se eu descrever o que tem no Shed, muita gente não vai acreditar que o lugar é bem pequeno. O andar de cima [onde não entramos] é reservado para eventos e estava anunciado um jantar japonês com produtos locais. No andar de baixo tem a parte de bebidas, vinhos, cervejas e café, uma mercearia com produtos locais frescos, legumes, verduras, ovos, produtos em conserva, feijões secos, farinhas moídas no local, charcuterie, queijos, eleteceterá. Uma balcão com comida para levar pra casa e outro balcão de pedidos para a cozinha. Uma geladeira com bebidas, manteigas, queijos, leite, frios e coisinhas boas para picnics, um balcão de chá e café, sorvete e o bar de fermentados, onde sentamos e batemos papo com o chef das bebidas. Achei os shrubs deles especialmente delicados. Tudo uma delícia.

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Na entrada tem uma lojinha com livros e utensílios de cozinha arranjados de maneira tão linda e delicada que me causou uma paralisia de encantamento. Eu adorei as marmitas de enamel, que pesavam [e custavam] mais do que deveriam mas mesmo assim conquistaram a simpatia da minha vênus em virgem. E atrás do shrub bar você pode comprar ferramentas pra sua pequena produção, desde sementes pra plantar, como material pra apiário, pra fermentação de vinagres e pickles, enxadas, foices, alcinhos. Nem consegui ver tudo, porque queríamos ainda visitar a vinícola e tinhamos que voltar para Davis antes do final da tarde. Mas não tem problema porque o Shed será um lugar em que voltarei sempre que for à Healdsburg na região de Sonoma.

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La Superior

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Fazia tempo que eu já tinha avistado o supermercado mexicano num dos shopping plazas de Woodland e atiçado minha curiosidade para dar um pulinho lá e ver como era. Mas um certo receio me preveniu de ir em frente, talvez um pouco intimidada de chegar lá e me sentir meio perdida no ambiente, sem saber nada sobre os ingredientes nem o que comprar. Foi quando abri o último número da revista Sunset e li uma reportagem com a chef Silvana Salcido Esparza do Arizona, não somente explicando muitos dos ingredientes, como também mostrando como esses mercados são super bacanas. No final de semana seguinte fomos finalmente fazer nossa primeira visita à La Superior, o que nos proporcionou muitas surpresas agradáveis. O lugar é enorme e super organizado. A maioria dos clientes são hispanicos e todos os funcionários falam espanhol. Os produtos, na maioria mexicanos ou centro americanos, são de ótima qualidade. Vi alguns legumes diferentes, como um chuchu espinhudo e vagens finas, além dos meus já conhecidos, como a mandioca e o cactus. Compramos goiabas, mamão, bananas maçã e da terra e alguns queijos. A parte das frutas tropicais foi a mas interessante pra mim, apesar delas não serem quase locais e algumas virem bem de longe. Banana maçã pra mim é uma verdadeira preciosidade! A padaria com pães coloridos e bolos de assadeira vendidos em pedaços quadrados não me empolgou. O balcão vendendo comida pronta, que cheirava deliciosamente bem, parecia muito popular onde muita gente comprava pra levar ou comer lá mesmo. Ali tinha um compartimento cheio com uns torresmões que eu nunca tinha visto assim tão gigantes. E do outro lado prateleiras com toda qualidade de banha de porco, junto do balcão dos queijos e do açougue e peixaria que eu achei absolutamente impecáveis. Quero voltar para fazer pergunta sobre os peixes que achei com cara de ultra-super frescos. Pena que me deu um ataque de "verguenza" de ficar fotografando quando vi muitas familias chegando e cumprimentando o açogueiro e o peixeiro com simpaticos "buenos dias!". A seção das pimentas secas também é sensacional. Voltarei lá para mais comprinhas. Fiquei até com um pouco de inveja dos que podem ter essa facilidade de ter um supermercado inteirinho replicando exatamente [ou quase?] algo semelhante em outro país.

a feirinha da vila

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Outro dia minha amiga me contou que um dos vizinhos dela era o jardineiro com o dedo mais verde que ela conhecia e me fez um convite para conhecer as maravilhas que ele planta, colhe e agora também vende, numa feirinha improvisada num gazebo no gramado central da Village Homes em Davis. Essa comunidade, construída nos anos 70, já foi um exemplo de pioneirismo ecológico, numa área com mais de 200 casas planejadas e construídas como modelos de sustentabilidade e preservação ambiental. As casas são bem bacanas, mas é a área externa que se destaca, com jardins, hortas e pomares coletivos. Um paraíso para quem gosta de plantas e jardinagem e onde todos que quiserem podem usufruir da vantagem de ter terra disponível para plantar seus legumes e frutas. E é exatamente o que esse moço faz com prazer e dedicação. Os produtos que ele oferece são absolutamente perfeitos. E tão lindamente expostos, que comecei a tirar fotos assim que cheguei [e perguntei primeiro se podia]. Comprei um monte de coisas e fiquei lá mais tempo do que deveria para um dia de semana, conversando com quem entende do assunto. Uma pena que a Village Homes fica completamente fora de mão pra mim, senão eu viraria freguesa sem a menor dúvida.

uma quitanda em Sousas

Quitanda Entre Verde
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No meu Farmers Market nem todos os produtores são certificados orgânicos, mas os que não são declaram não usar nenhum tipo de spray ou pesticidas e passam na triagem que permite que eles vendam seus produtos para o público. Confiança é a palavra chave.

Eu entendi que no Brasil a certificação é um troço um pouco mais complexo, que ainda não é oferecida formalmente por um orgão governamental. Isso faz da confiança algo muito mais importante. Você saber de onde vem os produtos que consome. Confiar no produtor, na fazenda, no dono da horta e dos animais.

Essa quitandinha de beira de estrada com a horta e galinhas no fundo exemplificou tudo o que eu tento explicar sobre consumo e confiança. Indo da casa da minha irmã em Sousas para a casa da minha cunhada em Joaquim Egídio, paramos nessa quitandinha no meio do caminho para nos abastecer de frutas e legumes. Quando vi a horta lá atrás, despiroquei. Me explicaram que nem tudo que é vendido lá vem da horta, alguns produtos chegam de outros cantos e nem todos são orgânicos, mas é tudo de lugares de confiança. Conversei um pouquinho com a Isabel, a mocinha que atende o público na vendinha. E depois pedi licença para entrar na horta, onde bati um papinho com a Marlene, a moça que cuida dos legumes, verduras e das galinhas. Ela me falou que não usa nada quimico, que utiliza apenas esterco, uma outra substância para equilibrar [não me lembro se ela falou cal ou cálcio], casca de ovos das galinhas e deixa o mato crescer entre os canteiros, assim os insetos não atacam as verduras. Me encantei com a simplicidade de tudo aquilo. A Marlene também me contou que da horta também saem as bananas que elas vendem na quintanda. Cheguei até o galinheiro e provoquei um alvoroço nas penosas, que provalvelmente acharam que eu iria jogar lá uns milhos pra elas. Também acabei alvoroçando os cachorros e concluí que estava causando muito forfé, resolvi me retirar. Foi o tempo da minha cunhada fazer as comprinhas. Ela e a Isabel se conhecem, trocam sempre um dedo de prosa. Ela me contou que lá também você pode encomendar uma galinha pra comer. Eles esperam o tempo natural de amadurecimento do bicho e só então matam. E uma vez por ano rola o sacrificio de um porquinho—que se você quiser para o Natal precisa encomendar com antecedência, porque é tudo feito seguindo o ciclo natural das coisas. Como tudo realmente deveria ser.

The Borough Market

Borough Market
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Borough Market
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Borough MarketBorough Market
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No nosso primeiro sábado em Londres, fomos ao Borough Market pela manhã. Uns dias antes do Natal, aquilo estava uma muvuca indescritível. Mas mesmo assim, foi um dos melhores passeios que fiz naquela cidade nesta minha segunda visita. Meus pais tinham chegado do Brasil e o Uriel da India, então estávamos com a família quase completa, só faltando minha cunhada e minha outra sobrinha, que chegariam no domingo. Foi um esfoço manter todo mundo junto naquela multidão. Nos guiávamos pelo beret beige da minha mãe e pela touca vermelha do meu irmão, que é bem alto e bem visível. Conseguimos passear e comer muita coisa boa, até aportarmos numa cervejaria belga numa das saídas do mercado para almoçar. Adorei tudo o que vi e comi lá. Tomei vinho quente, sopa de cogumelos, pão de amêndoas, azeitonas, queijos, o Gabriel comeu um curry, que ele disse estar perfeito. Foi o melhor mercado de comida que já visitei. Super alegre e animado, apesar de tri-lotado.

Partridges

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Se eu tivesse me programado para visitar esta sex-shop gourmet, talvez não tivesse dado tão certo. No meu caminho entre a King's Road e a Saatchi Gallery, lá estava ela toda convidativa. Entrei e fiquei zanzando pelos corredores. A loja é bem pequena, com uma lanchonete no fundo. Olhei e quis comprar quase tudo, mas a minha zuretice causada pelo jet lag me preveniu. Comprei porém umas mince pies tradicionais, que não gostei. A massa, feita com gordura de animal, foi um pouco demais para o meu paladar. Mas meu irmão, mais versado nas iguarias inglesas, traçou. Quero voltar nessa loja mais vezes e olhar tudo com mais tempo e atenção.

mercado de abastos

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Em Sevilla visitei o mercado de abastos de Triana. Ele é no mesmo estilo do mercadão de Campinas, porém um pouco menor e tinha muitas lojas fechadas naquele dia. Uma senhorazinha que estava comprando peixes me disse que o movimento é mesmo aos sábados, quando todas as lojas abrem e o povo baixa no mercado para as compras da semana. Lá se vende frutas, legumes e hortaliças, peixes, frutos do mar, carnes, aves, ovos, queijos, embutidos, grãos, latarias, pães e bolachas, roupas, sapatos, eteceterá. Não me surpreendi com muita coisa, somente com a variedade de peixes e frutos do mar e com a visão chocante da cabeça do boi pendurada na parede do açougue e as aves ainda com penas e os coelhinhos com pele e tudo pendurados num gancho da venda de aves... Mais fotos AQUI.

The Cheeseboard

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Eu e a Maryanne marcamos de nos encontrar no The Cheeseboard Collective, que é um dos pontos gastronômicos mais famosos de Berkeley. O Cheeseboard é uma cooperativa onde todos que trabalham lá são sócios proprietários, têm o mesmo salário e dividem os lucros. Essa loja de queijos foi uma das primeiras a se estabelecer naquela região, onde está também o Chez Panisse, e que hoje é conhecida como o Gourmet Ghetto de Berkeley.

O bacana do Cheeseboard é o ambiente descontraído e a maneira como você é atendido. Você chega e pega uma carta de baralho—a nossa foi o Jack of Hearts. Quando nossa carta foi chamada, nos aproximamos do balcão onde poderiamos pedir qualquer tipo de aconselhamento ou provar qualquer um dos 88653322098 mil queijos que eles vendem por lá. Você pode provar duzentos queijos e comprar apenas dois, ou se quiser pode provar trezentos queijos e não comprar nenhum. O duro é conseguir provar e não comprar, porque os queijos são deliciosos.

Eu não tinha nenhuma festa de queijo planejada, nem queria nenhum conselho. Também não sabia que queijo eu queria experimentar, porque minha visão libriana se embaraça e fica nebulosa quando há muitas opções no horizonte. Felizmente eu pensei rápido e lasquei o pedido—quero provar um queijo da Califórnia. A minha atendente então cortou fatias finérrimas de um queijo cremoso de cabra do outro mundo chamado Humboldt Fog. Comprei um pedaço. Depois ela me ofereceu o Roth's Private Reserve, um queijo de Winsconsin, que segundo ela era ótimo. E era mesmo. Um estilo alpino artesanal premiado, feito com leite de vaca cru, muito interessante. Comprei outro pedaço. Também experimentamos um pecorino italiano com uma crosta de ervas e eu comprei um pedaço do Prima Donna, um Gouda muito delicado.

O Cheeseboard também tem uma padaria e vende pães fresquinhos, mas nós não compramos nenhum. Ao lado do Cheeseboard fica a pizzaria da cooperativa, também muito famosa pelo menu que oferece apenas um tipo de pizza por dia e que mesmo assim faz filas enormes na porta.

fui ao Continente

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Para não quebrar a minha tradição de dar um pulinho no supermercado local dos paises que eu visito, em Portugal eu tive que ir ao Continente. Primeiro fomos ao pequeno Inter Marché perto da casa dos pais do Luis em Granja do Ulmeiro. Depois fomos ao Continente em Coimbra, porque esse é o supermercado bacanérrimo do pedaço, que todos elogiaram, o paraíso do consumo. O Continente é um hipermercado nos moldes do Carrefour. Um lugar para se passar muitas horas encaroçando pelos corredores e prateleiras. Eu adorei ver os produtos, principalmente os frescos que vem de diferentes lugares da Europa, Ásia, Africa e até do Brasil, como é o caso da cana. Na Europa fico sempre encantada com a seção de queijos e iogurtes. No Continente, parei na frente dos azeites e dos vinhos também. Não só parei pra olhar, mas também pra fotografar, para o total desespero do meu cunhado, que caminhava a metros de distância na minha frente tentando fingir que não me conhecia. Micos galore! Pobre Luis! Mas eu não poderia perder a oportunidade de registrar o meu passeio ao Continente. Pois sim, visitar supermercados estrangeiros é passeio pra mim! Pena que as maledetas companhia aéreas impõem limite de peso à bagagem, senão eu teria feito uma bela de uma compra, mesmo correndo o risco de ficar parecendo uma farofeira das boas, carregando postas de bacalhau e sacolas de comida dentro do avião.

aquele do tomatão

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O supermercado que eu mais frequento e que mais gosto aqui em Davis é o Food Co-op. Eu vou lá mais ou menos duas vezes por semana, mas eu conheço gente que vai todo dia. É muito difícil não gostar daquele lugar. Assim que cheguei em Davis, enquanto esperava a burocracia da minha papelada para poder trabalhar, fiz voluntariado no Co-op. Por dois meses trabalhei recebendo como pagamento um bom desconto nas compras. Eu tirava a poeira das prateleiras, rearranjava os produtos, deixava tudo bonitinho. Foi uma experiência interessante e desde então, passei a ser apenas consumidora.

Adoro ir lá por causa do ambiente. Não é um supermercado grande, nem chique, mas tem uma vibração super legal e é frequentado por pessoas bacanas de todas as tribos. Os funcionários são de uma gentileza ímpar e percebe-se que é uma coisa genuína, não é reflexo de um treinamento de marketing. Outro dia fiz uma pergunta pra um cara altão que estava enchendo alguns containers de bulk com produtos e ele—sem parar de falar um minuto, me levou pra cá e pra lá, me mostrando as opções. Difícil sair insatisfeito de lá.

No Co-op eu sempre encontro amigos e faço sucesso com minha sacola e-correta. Os caixas e empacotadores revezam, mas sempre puxam conversa, agradecem quando você toma a iniciativa e coloca as coisas na sacola. E tem sempre gente interessante nos corredores e nas filas. Outro dia um rapaz completamente out there comprava várias garrafas de cerveja. A cena estava engraçada, porque ele não estava com os dois pés completamente seguros no chão do planeta. No final ele saiu com umas garrafas enfiadas em sacos de papel e esqueceu uma pra trás. E ontem mesmo no caixa atrás de mim, um casal estrangeiro, que achei que deveriam ser filipinos, não falava UMA palavra de inglês e ria muito, de tudo, tentando se comunicar com a caixa, que tinha o rosto completamente vermelho e não sabia mais o que fazer para explicar que a sacola de papel era DE GRAÇA!

Além das coisas deliciosas que o Co-op vende e que muitas vezes só se encontra lá, ainda temos a vantagem ludica de sermos recepcionados na entrada por um tomate. A estátua ostensiva e acolhedora faz parte do tratamento diferenciado que nenhum outro supermercado tem.

* foto da escultura do tomate tirada DAQUI

Plastic or Paper?

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Na maioria dos supermercados você ouve essa pergunta na hora de empacotar as compras - plastic or paper? Menos no Co-op e no Trader Joe's, onde só tem sacola de papel. Detesto o Safeway, onde os empacotadores só faltam bufar quando você responde papel, e que ainda não tem alça, talvez para desestimular a escolha. Eu normalmente peço papel, porque é mais fácil de reciclar e uso as eventuais sacolas de plástico, que nos são empurradas goela abaixo em outros locais, pra colocar os cocozitos e mijitos empedrados dos gatos. Mas se eu morasse em San Francisco, estaria prestes a ficar livre das sacolas de plástico para sempre—vejam só: San Francisco to ban plastic grocery bags. Iurru!

Quando eu vou ao Farmers Market, levo sempre uma sacola de pano ou uma cesta. Estou querendo expandir essa técnica para os supermercados e adquirir umas quatro ou cinco sacolas de brim, que se acha pra vender nos bons locais naturebas ou se pode improvisar usando aquelas tote bags que se ganha quando renova revista, e abolir também a sacola de papel. Mamã natureza agradece!




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